Heróis do Mar e muito mais Versão para impressão
Quarta, 13 Junho 2012
armynocommentA globalização tornou claro de forma gritante quais são os interesses que mobilizam os recursos e quais são aqueles que impõem as guerras em que os verdadeiros contendores não se confrontam; antes se juntam para preparar a próxima disputa virtual que permita à finança que a todos comanda esbulhar os povos e os cidadãos, em números redondos os 90%.

Artigo de Mário Tomé

« Opiparus, acendendo um charuto:  

Perdendo a honra…Felizmente! Inda bem! Inda bem! Vai-se a aria das Quinas

Magnus, convicto:

Glorioso pendão sobre um castelo em ruínas…

Opiparus:

O pendão! O pendão!...um trapo bicolor, a que hoje o mundo limpa o nariz…por favor.

       …

O Doido, sonâmbulo:

Não tenho alma… não tenho pátria… não tenho lar…

     …

O Doido, na escuridão:

Oh, que fedor!...oh, que fedor!...  »

Guerra Junqueiro, PÁTRIA

 

«Só com a selecção nacional somos capazes de fazer frente à Alemanha» -

Paulo Bento, em conferência de imprensa

 

«Os Verdadeiros Heróis do Mar» [Postiga e Coentrão, os de Caxinas]

DN, 12/6/2012

 

I

Sagres: a cerveja que une os portugueses em torno da selecção das quinas. Uma  insistente representação da selecção; loira, a cerveja como o António Borges do FMI e do PSD. «Onze por todos, todos por onze.». As bandeiras aparecem timidamente nalgumas poucas janelas, tremulam nalguns, poucos, automóveis. Mas o espírito encontra a sua materialização no símbolo. A bandeira e a cerveja Sagres unidas na unidade da representação da pátria.

Sagres donde teve nome a epopeia:..« e a orla branca foi de ilha em continente/clareou correndo até ao fim do mundo/ e viu-se a terra inteira de repente/ surgir redonda do azul profundo ».

Redonda mas ingrata! A globalização, de que fomos os primeiros a dar sinal, bem nos trama. A fidúcia tomou conta da alma. Já João de Barros lembrava, no século XVI, que «tudo é mercadoria». Pois a alma também, neste «sistema mundo» capitalista que, já por esses tempos, se ia apoderando, sem apelo, da vida das sociedades europeias.

A burguesia à conquista do mundo, numa outra epopeia, esta «científica, feliz, mundial, mas também ignorante, egoísta, chauvinista.» (Charles Morazé,«Os burgueses à conquista do mundo» Edições Cosmos, 1965). O seu ímpeto uniformizou o mundo e submeteu-o às suas regras geradas pelas exigências do lucro e pelo domínio da técnica.

Inglaterra, França e depois Estados Unidos “enrolaram” (a minha tradução plebeia de “England rules the world”) o mundo, sobrepondo-se à sua “descoberta” por portugueses e espanhóis.

As nações construíram-se como alfobre da carne para canhão necessária à conquista e ao domínio colonial. A cultura burguesa forneceu o cimento simbólico e mítico para assegurar a unidade do que era antagónico: a burguesia e o proletariado.

A Pátria que “não se discute”, não foi apenas ideia de Salazar, dissuadia a objectividade do internacionalismo proletário e lançava no açougue e na chacina a juventude das nações, embriagada pelo chauvinismo que bebia desde o berço, fosse ele dourado ou de palha mijada.

As forças armadas, sustentadas pelo serviço militar obrigatório como dever supremo de cidadania, asseguraram a integração material e social do proletariado às ordens dos interesses rapaces da burguesia.

As forças armadas anunciavam a igualdade dos cidadãos e mantinham-na com a mais férrea ferramenta da desigualdade: a hierarquia militar.

II

Por mais que as supremas instâncias nacionais se empenhassem na celebração do 10 de Junho, ela ficou submersa por hectolitros de cerveja Sagres (a patriótica) e outras (menos, mas também) na sua esteira derramados em louvor da selecção de futebol, uma referência sólida da unidade nacional à falta de outras, em tempos de esbulho, privilégios e crise.

As mesmas instâncias que, sob caução da finança em geral e imposição da troika em particular, acabaram com os feriados que representam a independência nacional e a implantação da República.

 Ficou o 25 de Abril porque temeram que a identificação com o fascismo, que o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, já insinuou, fosse demasiado directa e lhes prejudicasse a limpeza do assalto à bolsa e à vida dos cidadãos e cidadãs de Portugal.

As Forças Armadas bem mostraram como é pífia a sua amarga existência, Uns jovens estipendiados, com aparência de energúmenos de caras pintadas lançando gritos alarves de intimidação, em marcha de imbecil caricatura viril, mais três F-16 sobrevoando os tão orgulhosos quanto inúteis galões e estrelas, deram  viva nota da sua missão de representação da NATO em território português, que não de capacidade defensiva não se sabendo, aliás, contra quê nem contra quem se não for contra a troika que nos destrói a vida, as estruturas e as entranhas..

Claro que não há dinheiro. Não só por isso, mas também, há muito que se exige que os governos cumpram uma singela mas honesta missão: honrarem os compromissos firmados com quem serviu o colonialismo com garbo e dedicação por vezes heróica, arriscando voluntariamente a própria vida, com quem se empenhou numa carreira de garante simbólico do domínio dos 9%  ( a que se chama interesse da pátria) e da sua servidão às ordens da NATO usando a carne para canhão que os 99% ainda propiciam.

Serviram o povo – mas serviram - apenas e no momento exacto em que, incapazes de manter a guerra e sob o ariete dos capitães revoltados, ficaram paralisadas no seu simbólico ímpeto bélico e deram tempo e espaço para que se firmassem as condições da paz que ficou como referência nuclear da constituição da república, com a mesma dignidade da liberdade e da democracia.

Por isso se exige, em paralelo, que se prepare, com zelo e com sabedoria, a adequação do conceito estratégico de defesa nacional à real dimensão do papel de Portugal no mundo.

III

Desde que a «sociedade civil» impôs o fim do serviço militar obrigatório que a tropa perdeu o tino. Porque ficou a descoberto a inconsistência da sua patriótica missão.

Os chefes militares bem clamam para que lhes atribuam os meios adequados à missão sem questionarem a virtude da mesma. Bem querem recuperar, como dizem, a ligação anímica com a nação de que se proclamavam o espelho; bem sugerem que «um serviço cívico» obrigatório aproxime os mancebos e mancebas dos militares; bem impõem, ou aceitam que os ministros de defesa imponham, inconstitucionalmente, um dia de defesa nacional que se destina a propaganda política pró-NATO mostrando a beleza de ir matar afegãos ou de ir morrer por um soldo de mercenário.

Esquecem que se os partidos políticos da burguesia seguiram as exigências da esquerda de fim do SMO, foi porque toda a sociedade, incluindo os educados na fé da NATO e na mística da pátria por quem é bestialmente bom morrer, deixou de ter qualquer sintonia com o dever republicano instaurado com a revolução de 1789.

A burguesia segue o seu caminho: a globalização, a circulação libertina de capitais sem controlo porque são eles que controlam por entre o caos que provocam, tendo sempre a garantia das bocas esfaimadas de milhões livres para serem livremente espoliadas e exploradas; e o esbatimento das fronteiras geográficas e culturais, e o fim das barreiras económicas e financeiras, se ainda permite em situações críticas a exacerbação de sentimentos nacionalistas, racistas e xenófobos, chauvinistas, já não deixa arder o coração empolgado pelo patriotismo.

A pátria «defende-se» com mercenários de baixo perfil, a guerra do império é maldita sorrateiramente e apenas a sua pouca intensidade nos efeitos colaterais entre a plebe -praticamente nenhuns - permite a atitude contemplativa, indiferente e cabisbaixa face à despesa brutal que significa a manutenção das FA’s e o seu empenhamento fora de portas.

O simbolismo que as FA’s ainda representam já não vai muito além disso, simbolismo. Todos sabem, e a Constituição ainda o prescreve, que a defesa dos interesses dos portugueses e portuguesas se garante com diplomacia, colaboração, apoio humanitário, irrepreensível condenação de invasões e intervenções militares, no respeito pela soberania dos povos.

Por seu lado vozes mais avisadas entre os militares vão lançando o repto realista: ou financiam os programas militares e nos pagam o que devem ou acabem com a tropa.

Esquecem ainda, no entanto, de colocar em cima da mesa a verdadeira questão: a sociedade filha da globalização pressente que as nações e as pátrias deixaram de vender.

A globalização tornou claro de forma gritante quais são os interesses que mobilizam os recursos e quais são aqueles que impõem as guerras em que os verdadeiros contendores não se confrontam; antes se juntam para preparar a próxima disputa virtual que permita à finança que a todos comanda esbulhar os povos e os cidadãos, em números redondos os 90%. Para isso morrerão muitos milhares daqueles que estão mais vulneráveis: ou de fome ou como alvo dos drones.

Os chefes militares querem sol na eira e chuva no nabal quando a nuvens negras cobriram o astro e a horta já está submersa pela lama. Os chefes militares querem retardar o fim da mitologia que ainda mal resiste e que tem ajudado a encapotar a sua verdadeira e nada nobre missão: obedecerem, em nome da pátria que já pouco passa de publicidade paga, aos verdadeiros inimigos do povo a que pertencem: os donos do casino e os apoderados dos novos gladiadores. 

O presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas, mais o ministro da defesa vão fazendo o seu papel por vezes incomodamente ridículo: sacudirem desajeitadamente os salpicos da lama em que patinham e donde não sairão. O sol na eira não surgirá e o nabal apodreceu debaixo da lama.

Resta-lhes invocar Camões, distribuir condecorações e comendas aos mais notáveis construtores da Pátria e beber umas Sagres em momentos de boa disposição. A Selecção Nacional sairá por cima mesmo que perca.


« Opiparus, acendendo um charuto:  

Perdendo a honra…Felizmente! Inda bem! Inda bem! Vai-se a aria das Quinas

Magnus, convicto:

Glorioso pendão sobre um castelo em ruínas…

Opiparus:

O pendão! O pendão!...um trapo bicolor, a que hoje o mundo limpa o nariz…por favor.

        

O Doido, sonâmbulo:

Não tenho alma… não tenho pátria… não tenho lar…

    

O Doido, na escuridão:

Oh, que fedor!...oh, que fedor!...  » 

Guerra Junqueiro, PÁTRIA

 

«Só com a selecção nacional somos capazes de fazer frente à Alemanha» -

Paulo Bento, em conferência de imprensa

 

«Os Verdadeiros Heróis do Mar» [Postiga e Coentrão, os de Caxinas]

DN, 12/6/2012

 

I

Sagres: a cerveja que une os portugueses em torno da selecção das quinas. Uma  insistente representação da selecção; loira, a cerveja como o António Borges do FMI e do PSD. «Onze por todos, todos por onze.». As bandeiras aparecem timidamente nalgumas poucas janelas, tremulam nalguns, poucos, automóveis. Mas o espírito encontra a sua materialização no símbolo. A bandeira e a cerveja Sagres unidas na unidade da representação da pátria.

Sagres donde teve nome a epopeia:..« e a orla branca foi de ilha em continente/clareou correndo até ao fim do mundo/ e viu-se a terra inteira de repente/ surgir redonda do azul profundo ».

Redonda mas ingrata! A globalização, de que fomos os primeiros a dar sinal, bem nos trama. A fidúcia tomou conta da alma. Já João de Barros lembrava, no século XVI, que «tudo é mercadoria». Pois a alma também, neste «sistema mundo» capitalista que, já por esses tempos, se ia apoderando, sem apelo, da vida das sociedades europeias.

A burguesia à conquista do mundo, numa outra epopeia, esta «científica, feliz, mundial, mas também ignorante, egoísta, chauvinista.» (Charles Morazé,«Os burgueses à conquista do mundo» Edições Cosmos, 1965). O seu ímpeto uniformizou o mundo e submeteu-o às suas regras geradas pelas exigências do lucro e pelo domínio da técnica.

Inglaterra, França e depois Estados Unidos “enrolaram” (a minha tradução plebeia de “England rules the world”) o mundo, sobrepondo-se à sua “descoberta” por portugueses e espanhóis.

As nações construíram-se como alfobre da carne para canhão necessária à conquista e ao domínio colonial. A cultura burguesa forneceu o cimento simbólico e mítico para assegurar a unidade do que era antagónico: a burguesia e o proletariado.

A Pátria que “não se discute”, não foi apenas ideia de Salazar, dissuadia a objectividade do internacionalismo proletário e lançava no açougue e na chacina a juventude das nações, embriagada pelo chauvinismo que bebia desde o berço, fosse ele dourado ou de palha mijada.

As forças armadas, sustentadas pelo serviço militar obrigatório como dever supremo de cidadania, asseguraram a integração material e social do proletariado às ordens dos interesses rapaces da burguesia.

As forças armadas anunciavam a igualdade dos cidadãos e mantinham-na com a mais férrea ferramenta da desigualdade: a hierarquia militar.

II

Por mais que as supremas instâncias nacionais se empenhassem na celebração do 10 de Junho, ela ficou submersa por hectolitros de cerveja Sagres (a patriótica) e outras (menos, mas também) na sua esteira derramados em louvor da selecção de futebol, uma referência sólida da unidade nacional à falta de outras, em tempos de esbulho, privilégios e crise.

As mesmas instâncias que, sob caução da finança em geral e imposição da troika em particular, acabaram com os feriados que representam a independência nacional e a implantação da República.

 Ficou o 25 de Abril porque temeram que a identificação com o fascismo, que o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, já insinuou, fosse demasiado directa e lhes prejudicasse a limpeza do assalto à bolsa e à vida dos cidadãos e cidadãs de Portugal.

As Forças Armadas bem mostraram como é pífia a sua amarga existência, Uns jovens estipendiados, com aparência de energúmenos de caras pintadas lançando gritos alarves de intimidação, em marcha de imbecil caricatura viril, mais três F-16 sobrevoando os tão orgulhosos quanto inúteis galões e estrelas, deram  viva nota da sua missão de representação da NATO em território português, que não de capacidade defensiva não se sabendo, aliás, contra quê nem contra quem se não for contra a troika que nos destrói a vida, as estruturas e as entranhas..

Claro que não há dinheiro. Não só por isso, mas também, há muito que se exige que os governos cumpram uma singela mas honesta missão: honrarem os compromissos firmados com quem serviu o colonialismo com garbo e dedicação por vezes heróica, arriscando voluntariamente a própria vida, com quem se empenhou numa carreira de garante simbólico do domínio dos 9%  ( a que se chama interesse da pátria) e da sua servidão às ordens da NATO usando a carne para canhão que os 99% ainda propiciam.

Serviram o povo – mas serviram - apenas e no momento exacto em que, incapazes de manter a guerra e sob o ariete dos capitães revoltados, ficaram paralisadas no seu simbólico ímpeto bélico e deram tempo e espaço para que se firmassem as condições da paz que ficou como referência nuclear da constituição da república, com a mesma dignidade da liberdade e da democracia.

Por isso se exige, em paralelo, que se prepare, com zelo e com sabedoria, a adequação do conceito estratégico de defesa nacional à real dimensão do papel de Portugal no mundo.

III

Desde que a «sociedade civil» impôs o fim do serviço militar obrigatório que a tropa perdeu o tino. Porque ficou a descoberto a inconsistência da sua patriótica missão.

Os chefes militares bem clamam para que lhes atribuam os meios adequados à missão sem questionarem a virtude da mesma. Bem querem recuperar, como dizem, a ligação anímica com a nação de que se proclamavam o espelho; bem sugerem que «um serviço cívico» obrigatório aproxime os mancebos e mancebas dos militares; bem impõem, ou aceitam que os ministros de defesa imponham, inconstitucionalmente, um dia de defesa nacional que se destina a propaganda política pró-NATO mostrando a beleza de ir matar afegãos ou de ir morrer por um soldo de mercenário.

Esquecem que se os partidos políticos da burguesia seguiram as exigências da esquerda de fim do SMO, foi porque toda a sociedade, incluindo os educados na fé da NATO e na mística da pátria por quem é bestialmente bom morrer, deixou de ter qualquer sintonia com o dever republicano instaurado com a revolução de 1789.

A burguesia segue o seu caminho: a globalização, a circulação libertina de capitais sem controlo porque são eles que controlam por entre o caos que provocam, tendo sempre a garantia das bocas esfaimadas de milhões livres para serem livremente espoliadas e exploradas; e o esbatimento das fronteiras geográficas e culturais, e o fim das barreiras económicas e financeiras, se ainda permite em situações críticas a exacerbação de sentimentos nacionalistas, racistas e xenófobos, chauvinistas, já não deixa arder o coração empolgado pelo patriotismo.

A pátria «defende-se» com mercenários de baixo perfil, a guerra do império é maldita sorrateiramente e apenas a sua pouca intensidade nos efeitos colaterais entre a plebe -praticamente nenhuns - permite a atitude contemplativa, indiferente e cabisbaixa face à despesa brutal que significa a manutenção das FA’s e o seu empenhamento fora de portas.

O simbolismo que as FA’s ainda representam já não vai muito além disso, simbolismo. Todos sabem, e a Constituição ainda o prescreve, que a defesa dos interesses dos portugueses e portuguesas se garante com diplomacia, colaboração, apoio humanitário, irrepreensível condenação de invasões e intervenções militares, no respeito pela soberania dos povos.

Por seu lado vozes mais avisadas entre os militares vão lançando o repto realista: ou financiam os programas militares e nos pagam o que devem ou acabem com a tropa.

Esquecem ainda, no entanto, de colocar em cima da mesa a verdadeira questão: a sociedade filha da globalização pressente que as nações e as pátrias deixaram de vender.

A globalização tornou claro de forma gritante quais são os interesses que mobilizam os recursos e quais são aqueles que impõem as guerras em que os verdadeiros contendores não se confrontam; antes se juntam para preparar a próxima disputa virtual que permita à finança que a todos comanda esbulhar os povos e os cidadãos, em números redondos os 90%. Para isso morrerão muitos milhares daqueles que estão mais vulneráveis: ou de fome ou como alvo dos drones.

Os chefes militares querem sol na eira e chuva no nabal quando a nuvens negras cobriram o astro e a horta já está submersa pela lama. Os chefes militares querem retardar o fim da mitologia que ainda mal resiste e que tem ajudado a encapotar a sua verdadeira e nada nobre missão: obedecerem, em nome da pátria que já pouco passa de publicidade paga, aos verdadeiros inimigos do povo a que pertencem: os donos do casino e os apoderados dos novos gladiadores. 

O presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas, mais o ministro da defesa vão fazendo o seu papel por vezes incomodamente ridículo: sacudirem desajeitadamente os salpicos da lama em que patinham e donde não sairão. O sol na eira não surgirá e o nabal apodreceu debaixo da lama.

Resta-lhes invocar Camões, distribuir condecorações e comendas aos mais notáveis construtores da Pátria e beber umas Sagres em momentos de boa disposição. A Selecção Nacional sairá por cima mesmo que perca.