A loucura do défice Versão para impressão
Segunda, 24 Março 2014

No a los recortes - flickr.com/Mónica CentellesA reposição do valor dos salários, pensões, a gradual diminuição do valor das propinas até à sua extinção, o fim das taxas moderadoras, são eixos essenciais para devolver aos portugueses os seus direitos conquistados pelas lutas de Abril.

 

Artigo de Diogo Barbosa

Pedro Passos Coelho, que diz não haver agenda escondida por parte do governo, quer a todo o custo reduzir o défice das contas públicas em Portugal, causando com isso o défice do país.

Com todas as medidas que têm assolado Portugal ao longo dos últimos anos e principalmente depois da chegada da troika, que tem como saída anunciada Maio deste ano, Portugal é um país mais pobre, com mais desemprego e com menos formação. Os supostos cortes no valor de 1.7 mil milhões que poderão estar na calha por parte do atual governo são apenas mais uma das centenas medidas que este governo tem imposto aos portugueses como forma de reduzir o valor do trabalho, de elitizar o sistema de ensino, que cada vez se aproxima mais do modelo dual alemão e de rasgar contratos com os pensionistas que vêm as suas vidas de anos de luta e trabalho irem por água abaixo.

Por outro lado aparece António José Seguro exaltado a dizer que o governo tem uma agenda escondida e que a solução mais viável é o PS. Contudo estas são ideias que tanto de um lado como do outro têm de ser desconstruídas. O PSD no seu ataque direto ao trabalho tem como principais aliados o CDS e o PS, que através do seu líder diz que não vai ser possível repor o nível dos salários após a saída, são os principais responsáveis pelo empobrecimento da maioria dos portugueses.

A reposição do valor dos salários, pensões, a gradual diminuição do valor das propinas até à sua extinção, o fim das taxas moderadoras, são eixos essenciais para devolver aos portugueses os seus direitos conquistados pelas lutas de Abril.

Estas propostas que a direita considera que vão destruir o país e levá-lo à ruina são precisamente propostas e eixos que podem tirar Portugal do seu défice, défice de educação, de cultura, de direito ao trabalho e a uma saúde digna. Podem argumentar que todas estas propostas são chavões, mas são estas propostas que quando concretizadas podem tirar Portugal do jugo da finança e da destruição de direitos.

Com todos estes ataques a resposta tem de ser eficaz e só pode ser uma, a luta incessante pela recuperação dos salários, das pensões e da vida de todas as pessoas que com este programa de desajustamento veem as suas vidas cada vez piores a cada dia que passa.

Diogo Barbosa

imagem: No a los recortes - flickr.com/Mónica Centelles