Dia 24 nós que ainda temos a possibilidade de estudar vamos encerrar as nossas escolas, fazer das ruas as nossas salas de aula, vamos chamar colegas, professores e funcionários, vamos lutar pelo nosso futuro, mas acima de tudo pelo nosso presente! Já estudamos o Maio de 1968, agora queremos viver o nosso Novembro de 2011!
Este é o país dos 99% de explorados, que vêm os seus salários atacados e os seus direitos laborais diminuídos. Este é o país dos reformados, que recebem pensões de miséria, mas que são diariamente acusados de viver acima das suas possibilidades.
Uma Sociedade pouco formada e informada num sistema de ensino que é por natureza tendencioso e os cortes numa área fulcral como o é a Cultura farão, de forma incontestável, com que o governo e o movimento neoliberal vejam o seu trabalho de manipulação da sociedade e da opinião pública facilitado.
O anunciado aumento do horário de trabalho para o sector privado, em mais meia hora/dia, 2,5h semanais, apresentado como alternativa ao corte na TSU e para aumentar a competitividade das empresas, a ser aplicado equivale a um corte salarial de 6,25% que vai direitinho para os bolsos do patrão. Isto não é economia, é pura ideologia, é o regresso ao século XIX.
Concerto dos Deolinda na Galiza, no dia 12 de Março. Quando cantaram o Parva que sou em homenagem às centenas de milhares de pessoas que protestavam nas ruas, em Portugal. Um momento a recordar, porque a força para a dureza da luta popular ganha-se também na música.
Nós, aqui em nosso recanto, deixamos de nos sentir isolados quando vemos que, através de movimentos, processos e mídias sociais, mais gente se posiciona contra o predomínio dos umbigos, os desmandos de poder e o cerceamento, todos promovidos pela simples acumulação de capital e manutenção de status sociais inúteis para o justo e pleno desenvolvimento da coletividade.
Aquilo que precisamos agora é mesmo de resistência e agitação pois, tanto uma como outra, são ínfimas perante as necessidades de resposta. Agitação para fazer saltar as mentes dormentes, agitação para fazer saltar as angústias dos pobres… Resistência para mostrar luta, resistência para ganhar alianças sociais, resistência para levantar a dignidade humana, mais resistência…