O neoliberalismo entrou em falência? Versão para impressão
Sexta, 14 Novembro 2008
Alguns autores têm colocado a possibilidade do fim do capitalismo realmente existente. Esta nova característica do imperialismo esteve no centro da actual crise económica e financeira. Esse facto tem levado a que vários social-democratas tenham afirmado a sua oposição a este capitalismo, pugnando pelo regresso de Keynes, pugnando pelo reforço do papel do Estado.

Mário Soares afirma que “o neoliberalismo entrou em falência, [tal como] a globalização desregulada, os paraísos fiscais e a especulação desenfreada que daí decorre”. E diz: “é o fim do capitalismo? Respondo: do capitalismo virtual e especulativo, com certeza”. E Soares defende a entrada da ética no capitalismo.

Para saber se o capitalismo neoliberal entrou em falência [no sentido de soçobrar enquanto regime] e indagar da “eventual nova configuração do capitalismo pós-2008” talvez seja bom olhar as reacções dos Estados e das burguesias à actual crise.

Entrega maciça de capitais pelos Estados aos bancos a juros irrisórios, nacionalizações em série dos bancos e seguradoras em dificuldades, apoio às moedas em risco de hiper-desvalorização, continuação do “Deus défice” e consequentemente diminuição do Estado social, continuação do sustento do mega-défice comercial dos EUA, continuação das acções de guerra do exército do centro do império (agora na Síria e no Paquistão)… A proposta do fundo imobiliário de Sócrates é apenas mais um exemplo caseiro.

Até agora, nenhuma medida de restrição dos offshores, nenhuma nacionalização de empresas lucrativas ou de serviços públicos na energia, nas telecomunicações (…), nenhuma medida geral de aumento de salários e protecção dos direitos do trabalho – antes pelo contrário, despedimentos em massa, nenhuma proposta de regulação dos capitais, nenhuma proposta (sequer) de aplicação da reformista Taxa Tobin…

O neoliberalismo teve uma derrota ideológica fortíssima. Mas não morreu. Por enquanto, as premissas que poderão sustentar um capitalismo pós-2008 levam a concluir que é a continuação de 2007. O neoliberalismo perdeu uma batalha mas não dá a guerra por perdida. A reunião do G20 irá dar-nos mais dados.

Agora é tempo de afirmarmos a alternativa socialista contra a barbárie. É tempo de reforçarmos as propostas alternativas à esquerda.
Victor Franco
 

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