A viragem à esquerda do PS Versão para impressão
Domingo, 05 Julho 2009

A novidade parece estar em tentar limpar as bandeiras do PSD. Por isso recuou na adjudicação do TGV, do novo aeroporto, de novas auto-estradas, copiou o PSD na não permissão de candidaturas “duplas” às autárquicas e legislativas (o que deixou furiosa a enganada deputada Sónia Sanfona) e tornou as PME no seu primeiro amor.

Artigo de Victor Franco

A viragem à esquerda do PS

 

Após as eleições europeias muitos foram os articulistas e fazedores de opinião a alvitrar sobre a táctica futura do PS.

Tem de "virar à esquerda" diziam uns, "deve disputar o centro" diziam outros, "deve manter o rumo" consideravam outros ainda...

Nas hordas “socialistas” entronizava-se a ideia de que o que fazia falta era “explicar melhor” - havia um problema de comunicação; era preciso mostrar mais “humildade e menos arrogância” - havia um problema de postura.

A encenação caiu rápido não fosse o assunto um problema onto-socrático. Quanto à política Sócrates voltou a apostar no ideólogo (qual escorpião) que lhe tinha garantido a derrota.

Acreditamos, apesar de Sócrates proferir a palavra humildade 458 vezes num discurso, apesar de Sócrates reconhecer a sua derrota política na avaliação dos professores, que o primeiro-ministro não seja tão estúpido como a rã. Mas tal como a rã aceitou o pedido do escorpião, Sócrates aceitou António Vitorino como coordenador do seu novo programa eleitoral.

O escorpião, quer dizer António Vitorino, não perdeu tempo e logo desafiou o PSD anunciando que “nos faz falta um verdadeiro programa de direita liberal em Portugal”.

Sócrates, esse, continuou a sua política de anunciar benefícios sem concretização imediata e de oferecer “chouriços depois de roubar o porco”. É a repetição da táctica, pré-eleitoral, de retirar(?!) espaço político à esquerda anunciando a (falaciosa) política social do PS.

A novidade parece estar em tentar limpar as bandeiras do PSD. Por isso recuou na adjudicação do TGV, do novo aeroporto, de novas auto-estradas, copiou o PSD na não permissão de candidaturas “duplas” às autárquicas e legislativas (o que deixou furiosa a enganada deputada Sónia Sanfona) e tornou as PME no seu primeiro amor.

Resta agora saber as opções das elites burguesas. É certo que o PS bem se esforçou por se fundir com as maiores empresas (isso é uma desvantagem que talvez terá recuperado face ao PSD) mas ainda está a tempo de mostrar o seu valor de uso no regime. É que quando os governos começam a atrapalhar o negócio da burguesia esses governos e partidos costumam ser descartados.

É que a burguesia não costuma ser como a rã!

 

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