A crise do desemprego Versão para impressão
Domingo, 14 Fevereiro 2010

Desde Novembro de 2009 que o desemprego em Portugal já ultrapassou oficialmente a fasquia dos 10%, actualmente os desempregados já são mais de 650 mil, dos quais 300 mil não recebem subsídio de desemprego e cerca de mais 100 mil pessoas não constam nos números “oficiais”. Acrescente-se a isto mais de 2 milhões de empregados têm vínculos de contrato precários (potenciais desempregados) e mais de 2 milhões de pobres. Estes são os números da crise.

Portugal perdeu o dobro dos postos de trabalho em relação a média na União Europeia, quando a taxa do desemprego ascendeu em Outubro de 2009 aos 10,2% e a média europeia era de 8,8%, para 2010 perspectiva-se a continuação do aumento do desemprego.

O desemprego é o mais grave problema social da actualidade. O capitalismo que sempre se alimentou de um contingente de desempregados disponíveis que mantêm os salários baixos e os lucros altos. Hoje a única coisa que pode continuar a sustentar uma política de baixos salários é a continuação de uma política de desemprego.

Quando em situação de desemprego a vida das pessoas não pára, e quem fica nessa situação vê diariamente as condições de vida a deteriorarem-se, o desemprego estrutural cria as condições para contextos sociais de pobreza e marginalização social.

 

A União Europeia dos banqueiros

A política da União Europeia apenas responde ao PEC, e o governo em nome do PEC apenas fala no défice. Os principais bancos ganham milhões por dia em plena crise e é a banca que manda nos governos. Na união europeia já são cerca de 23 milhões de desempregados.

Este PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) é feito à conta dos trabalhadores, visa garantir a estabilidade, e o crescimento da especulação e da banca. É fundamental serem os governos e a União Europeia a impor regras aos bancos e não o contrário como sucede hoje.

 

O nosso governo

Em vez de combater o desemprego aumentou a idade da reforma, medida má que contribui para o desemprego e ao mesmo tempo tremendamente injusta que penaliza quem mais trabalhou. Mais ataque aos trabalhadores, mais ataque aos funcionários públicos, congelamento de salários, e um salário mínimo ainda tão baixo. O orçamento de Estado para 2010 confirma isso, não só não responde à crise, cria-se mais crise, apertar o cinto, congelar salários. Os mais pobres e os trabalhadores são quem tem menos apoio. Um governo que vende os seus cidadãos à banca é um mau governo.

 

Combater a crise do desemprego

É urgente uma economia que seja redistributiva, é urgente criar impostos sobre a especulação bolsista e impor regras para controlar a especulação bancária e imobiliária. É urgente criar emprego com condições, regular o mercado de trabalho, garantir apoio na doença, na reforma e no desemprego, e é principalmente por isso que faz sentido existir um governo.

O Bloco que tem feito do problema do desemprego uma prioridade na sua intervenção, a petição pelo alargamento das condições de acesso ao subsídio de desemprego é um importante instrumento nesse combate. Protecção social precisa-se.

Pedro Pombeiro

 

 

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