Recordar Zeca Afonso |
Sábado, 23 Fevereiro 2013 | |||
No dia em que completam 26 anos do falecimento de Zeca Afonso, a revista A Comuna relembra o seu legado político, cívico e cultural através da publicação de um excerto de uma entrevista dada à RTP1 em 1984 em que reflecte sobre a sociedade e as dificuldades e os desafios que a juventude portuguesa tem à sua frente. O teu canto está hoje em toda a parte e a Grândola é uma arma de luta.
"Os jovens, e digo, os jovens de todas as classes, estão um pouco à mercê de um sistema que não conta com eles, mas que hipocritamente fala deles - o 25 de Abril não foi feito para esta sociedade, para aquilo que estamos agora a viver. Aqueles que ajudaram a fazer o 25 de Abril, imaginaram uma sociedade muito diferente da actual, que está a ser oferecida aos jovens.
Os jovens deparam-se com problemas tão graves, ou talvez mais graves do que aqueles que nós tivemos que enfrentar - o desemprego, por exemplo. E, por vezes, não têm recursos, porque o sistema ultrapassa-os, o sistema oprime-os, criando-lhes uma aparência de liberdade. Eu creio que a única atitude foi aquela que nós tivemos - por nós, eu refiro-me à minha geração - de recusa frontal, de recusa inteligente, se possível até pela insubordinação, se possível até pela subversão do modelo de sociedade que lhes está a ser oferecido, com o fundamento da liberdade democrática, com o fundamento do respeito pelos direitos dos cidadãos. É de facto uma sociedade, que é imposta aos jovens de hoje, telguiada de longe por qualquer FMI, por qualquer deus banqueiro. Tal como nós, eles têm que a combater, têm que na destruir, têm de a enfrentar com todas as suas forças, organizando-se para criarem a sociedade que têm em mente. Zeca Afonso - 1984
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
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