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Terça, 19 Março 2013

Bloco de Esquerda. esquerda exigenteA existência de projetos unitários traz sempre consigo questões de método e de estratégia. A esquerda é exigente nesses pressupostos. Não por acaso, quando o Bloco de Esquerda apareceu chamou-se a si próprio "A Esquerda Exigente".
Um projeto precisa de ideias novas e claras, de propostas de ação inovadoras; sem isso soa a reciclagem de siglas. Um projeto quer a participação de todos a quem se diz destinar ou então não será unitário. Um movimento desse género valoriza o contributo de cada componente e de todos, não desmerece de nenhum por culturalmente contraditórios que possam ser. O fator de confiança é pôr em comum aquilo que em cada momento é possível, sem queimar etapas nem imposições. Num campo claro e com combates assinalados e trincheiras desenhadas, "as causas", a diversidade é possível e é condição da aliança política.
Num projeto unitário que não se forma a partir dos seguidores de uma doutrina particular
mas de uma plataforma de intervenção política e social, a natural diversidade de conceções do mundo reflete igual diversidade da potencial base social de apoio. Donde, condição de unidade e ampliação do sujeito político. A simplificação da expressão "unitário" esconde que todo o processo desse tipo é de facto pluritário. Com natural horror a uma formatação política que será sempre alheia à própria ideia de aliança.
O desprendimento do sistema não quer dizer afastamento das lutas que nele devem ser
travadas para a superação desse sistema por outro de qualidade democrática e socialista. A atitude, mesmo estando eventualmente num governo, só pode ser a de "correr por fora" como magistralmente definiu a convenção fundadora do Bloco de Esquerda apesar do desdém diletante de alguns. Só esse tipo de compromisso abraça a cidadania que não se revê em representações gastas. O mesmo tipo de compromisso que conduz a não replicar práticas de controleirismo de movimentos sociais e deixar que as suas agendas tragam ao militantismo o que naturalmente brota da urgência do combate social.
Estes princípios fizeram o batismo de fogo do Bloco de Esquerda e deram-lhe a singularidade que tem e a expetativa que granjeou. Não foi por acidente ou licença poética que se designou como partido-movimento. No modo de ser, e não apenas nos estatutos, quis marcar a saliência relativamente ao tradicionalismo partidário, qualquer que seja a origem. As qualidades é que modelam as identidades, nunca ao contrário. Agora que os tempos apelam ao alargamento e reforço do Bloco de Esquerda convém trazer essas luzes à ribalta.

Luís Fazenda

 

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