Ao longo dos anos e com a constante evolução da sociedade, foi tido sempre em conta esse direito em todas as cartas universais, e nos ordenamentos jurídicos dos territórios, ter uma Habitação significa dignidade, Direito universal número um. Contudo com a escalada do neoliberalismo e a consolidação da economia global, a habitação adquiriu um contexto mercantil, o estado foi se demitindo de responsabilidades, e deu se inicio a um processo de especulação fundiária. Em que os interesses privados se sobrepõem à dignidade.

Hoje em dia os números são assustadores só em Portugal mais 2000 pessoas vivem na rua, 1090 famílias vivem em bairros de lata, 300 mil famílias vivem em casas sobrelotadas e 190 mil famílias vivem sem água ou luz.

A habitação e um problema crónico da nossa sociedade; aos imigrantes discriminados e às pessoas com muito baixos recursos junta-se agora uma grande fatia da população portuguesa que não tem condições para continuar a suportar um crédito bancário, devido ao aumento do desemprego e à constante deterioração das condições laborais. São cerca de 8000 pessoas que entregam as casas ao banco anualmente e mesmo os que ainda conseguem pagar despendem a maior parte do seu orçamento com o crédito habitação em média cerca de 32% do rendimento.

A habitação é um direito!

Ricardo Nunes