Ofensiva global, resposta geral Versão para impressão
Terça, 14 Fevereiro 2012

manifestação terreiro do paço

Os portugueses e a maioria dos povos da Europa estão há algum tempo confrontados com uma enorme crueldade que lhes é imposta e se traduz muito duramente nas suas vidas diárias, por governantes, que em nome duma austeridade cega, e ao serviço da finança, não têm em conta a necessidade de crescimento da economia com vista ao desenvolvimento dos países e bem-estar dos cidadãos.
Os ataques que são dirigidos aos direitos dos que vivem do trabalho, com cortes nos salários, a facilitação dos despedimentos e a redução das indemnizações, a retirada de dias de férias e feriados, a desvalorização da contratação colectiva, a descapitalização da Segurança Social, o aumento do desemprego acompanhado da redução do subsídio de desemprego são o cunho de classe do governo da Troika/PSD-CDS.
A subida de impostos, o aumento brutal dos transportes, das taxas moderadoras, das propinas, a nova lei dos despejos, a descaracterização do SNS, o assalto à escola pública, são o outro lado da mesma moeda que não defende o emprego, nem combate a precariedade e nos leva ao empobrecimento.
Dizem-nos que este caminho é inevitável para cumprirmos as condições do memorando de entendimento com a Troika e pagarmos uma dívida impagável por em grande parte ser ilegítima e ser acrescida de juros abusivos. Uma auditoria à dívida é a democracia a funcionar, impõe-se uma renegociação urgente.
Há outros caminhos alternativos! Isto não tem de ser assim! Isto não é inevitável!
Foi isto que milhares de pessoas, convocadas pela CGTP, gritaram no dia 11 de Fevereiro em Lisboa, na maior manifestação realizada nos últimos 30 anos. Fui um grande momento de luta de massas onde a dignidade, a solidariedade e a unidade saíram reforçadas, o que vai permitir, mais tarde ou mais cedo, uma viragem na correlação de forças e sobretudo na confiança com que se vai enfrentar as pequenas e grandes lutas que forçosamente vamos travar contra estas políticas anti laborais e sociais.
É também contra políticas como estas e/ou mais gravosas, que os gregos se têm manifestado em múltiplas greves gerais e particularmente neste último fim-de-semana enfrentaram a repressão policial na praça Syntagma, enquanto a maioria dos deputados aprovava de forma vergonhosa mais um pacotão de austeridade por imposição do directório europeu.
É contra mais uma “reforma laboral”, perpetrada pelo governo de direita de Rajoy, que na sexta-feira passada os cidadãos de Madrid saíram à rua em protesto e que os povos de Espanha se vão manifestar no próximo dia 19 de Fevereiro por convocatória das centrais sindicais (CCOO e UGT), as mesmas que à poucas semanas tinham assinado um acordo com o Governo.
É “contra a austeridade, a exploração e a pobreza, e pelo emprego, salários, direitos e serviços públicos”, que no dia 29 de Fevereiro integrados na Jornada de Luta Europeia da CES, a CGTP realiza de forma descentralizada novas acções de luta.
Aqui em Portugal, decorrente do “acordo” assinado pelo governo, patronato e UGT, estamos confrontados com uma alteração profundíssima do Código de Trabalho, traduzida na proposta de lei nº 46/XII que já deu entrada na Assembleia da Republica e em breve vai estar em discussão pública. Esta investida do governo, pela sua gravidade, certamente irá fazer juntar todos os sindicatos que verdadeiramente de fendem os interesses dos trabalhadores, independentemente da sua filiação confederal.
Esta vai ser uma batalha dura e violenta. À ofensiva global do capital só nos resta opor uma resposta geral que junte todas as forças, assumindo e respeitando as diferenças existentes entre todos aqueles que lutam por uma ruptura com a política da Troika.
Cabe a todos e a cada um de nós dar contributos para concretizar essa luta. Por isso considero que no próximo dia 16 de Fevereiro o Conselho Nacional da CGTP deve discutir e aprovar a realização duma Greve Geral a ocorrer no mês de ABRIL.
Francisco Alves, dirigente sindical
 

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