E tu, o que vais fazer no dia 15 de Setembro? Versão para impressão
Segunda, 10 Setembro 2012

15_setembro

As medidas de sempre anunciadas com o semblante que os médicos usam para dizer a um paciente que a sua viagem termina aqui. Os sacrifícios sempre para os mesmos, os aumentos de impostos, os roubos dos salários, a destruição da educação, da saúde, o desemprego, as insolvências, a pobreza, a miséria. A destruição de um país sem qualquer remorso, sem vergonha, o desrespeito, a sobranceria, o sadismo de quem está por detrás de tudo isto, faz crescer em mim uma onda de indignação e de raiva tão crua, tão pura, tão intensa, que da ponta dos dedos só me saem impropérios indignos deste espaço e de mentes mais sãs ou sensíveis do que a minha.

Assim, limitar-me-ei aos factos e peço a cada um que retire as suas conclusões e formule as suas escolhas. A minha está feita. Dia 15 de Setembro e sempre, todos os dias a todas as horas, que se lixe a Troika, que se lixe o Passos e o Portas e o Cavaco. Que se lixa a Banca, a Merkel e a CIP, que se lixem os interesses, o poder corrompido e a ganância.

Pedro Passos Coelho o candidato

“A política de privatizações em Portugal será criminosa nos próximos anos, se visar apenas, vender activos ao desbarato para arranjar dinheiro”

“Mas do nosso lado não contem para mais impostos!”

“Se vier a ser necessário algum ajuste fiscal ainda a minha garantia é que ela seria canalizada para os impostos sobre o consumo e não para impostos sobre os rendimentos das pessoas”

“Já ouvi muito gente dizer que o PSD quer acabar com muitas coisas e com o 13º mês mas nós nunca falámos nisso e isso é um perfeito disparate, está bem? Isso é um disparate!”

“O que o país precisa para superar esta situação de dificuldade não é de mais austeridade. Portugal já vive em austeridade”

“O IVA, já ontem o referi, não é para subir. Achamos que a carga fiscal que está definida é mais do que a necessária. Não precisamos ir mais longe neste aspecto”

“Portugal não pode ter 700 mil desempregados!”

“Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português”,

“Estes que hoje sofrem, estes que não se sabem hoje defender encontrarão sempre em mim e no futuro Governo do PSD, um aliado amigo”

Pedro Passos Coelho o Primeiro-Ministro

  • imposto extraordinário sobre os rendimentos, equivalente a 50% do subsídio de Natal;
  • aumento do IVA sobre o gás e a electricidade, de 6% para 23%;
  • corte dos subsídios de férias e Natal aos funcionários públicos e pensionistas;
  • redução das deduções fiscais com a saúde, educação e habitação, em sede de IRS;
  • aumento da taxa de IVA de bens essenciais de 6% para 13% e 23%;
  • aumento da electricidade, do imposto municipal sobre imóveis e do imposto sobre veículos;
  • aumento dos transportes e das taxas moderadoras na saúde;
  • cortes cegos nos orçamentos dos sectores da saúde e educação;
  • redução dos apoios sociais e cortes dos descontos aos passes sociais;
  • privatização da EDP, privatização da RTP em andamento;
  • redução do pagamento das horas extraordinárias e liberalização dos despedimentos;
  • aumento da contribuição da segurança social de 11% para 18% . Na prática, roubo de dois salários à função pública e pensionistas e de pelo menos um salário aos trabalhadores privados.

A realidade

E entretanto no país real a recessão cifra-se em -3,3%, a dívida pública em 116% do PIB e mais 18 mil milhões de euros desde a «ajuda» da Troika. O desemprego atinge os 15,7% – 36,4% entre os mais jovens. Mais de um milhão de desempregados. Dezenas de famílias perdem as suas casas todos os dias. As empresas fecham numa base diária e as insolvências acumulam-se. Os bancos alimentares esgotam as possibilidades de ajuda. Cada dia que passa, aumenta o número de sem-abrigo. O país está a saque. E tu, o que vais fazer no dia 15 de Setembro?

Sandra Cunha

 

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