Pablo Iglésias: "os países do sul da Europa continuam a ser punidos" Versão para impressão
Terça, 01 Julho 2014

 

Carta de Pablo Iglésias, candidato da GUE/NGL (Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde) à Presidência do Parlamento Europeu

 

 

pablo iglesias - gue.ngl

 

Caros amigos,

 

Hoje, dirijo-me a vós como candidato do GUE/NGL à Presidência do Parlamento.

A situação política excepcional que hoje se vive na Europa exige não mais das mesmas políticas fracassadas, exige uma resposta excepcional. Talvez a lição mais importante que podemos tirar dos resultados eleitorais europeus é que os cidadãos em toda a Europa têm rejeitado o status quo. As pessoas já viram que o modelo económico neoliberal baseado na ganância, nos princípios do mercado livre, e na protecção dos interesses financeiros a todo o custo é responsável pelas economias devastadas nos países periféricos, particularmente no sul da Europa. Conquistas conseguidas em duras batalhas foram varridas do mapa: os direitos sociais, os princípios democráticos, a igualdade, e a soberania popular.

Hoje todos nós, como membros eleitos, temos o dever e a responsabilidade de defender essas conquistas, e fazer com que a Europa deixe de ser governada nas costas dos cidadãos. Sabemos muito bem que se tem provado que esses métodos não funcionam: temos um continente governado por um conjunto de elites financeiras egoístas, enquanto a maioria das pessoas dos países do sul da Europa continuam a ser punidas pela pobreza, a desigualdade e a perda de soberania.

Temos diante de nós uma oportunidade única para começar um novo capítulo de mudança política, para defender os nossos direitos sociais e para tornar o processo de tomada de decisão Europeia mais democrática e transparente. Esta é a razão da minha candidatura.

Faço um apelo a todas as forças progressistas no Parlamento, e em particular às dos países do Sul, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre, bem como a Irlanda e a França: porque vocês conhecem a realidade das consequências sociais e económicas dos programas de ajustamento nos vossos países.

A austeridade decidida por poucos diminuiu democracia, arruinou o tecido social nos países do sul, e destruiu as leis de proteção do trabalho. Vocês viram como a submissão aos ditames da Troika é economicamente ineficiente e dramática em termos de direitos humanos, direitos sociais e pobreza.

Agora eu pergunto-vos, vocês vão votar pelos vossos países, pelos vossos povos ou vocês vão votar no status quo, nas mesmas caras que nos levaram até ao abismo? Vocês vão para o lado da democracia e ouvir a voz do eleitorado que exige justiça social ou vocês vão para o lado dos mecanismos falhados que tão bem conhecemos?

 

Muito obrigado,

Pablo Iglesias

 

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