Intervenção nos 40 anos da UDP – José Castro |
Terça, 16 Dezembro 2014 | |||
Quero em primeiro lugar manifestar a minha alegria, que julgo ser de todos nós, por esta comemoração dos 40 anos da UDP. Há 40 anos vivíamos no nosso país uma das mais formidáveis movimentações populares da 2º metade do séc. 20. Estivemos em todas as lutas e nas lutas todas: - nas fábricas, nas empresa e nas minas - nos campos do Sul contra os latifundários, no Douro pelos direitos dos trabalhadores agrícolas - nos bairros e ilhas, com os moradores pobres, pelo direito à habitação - pelo julgamento do fascismo, pelas liberdades e pela democracia - nas escolas, por um ensino popular, crítico e científico - pela arte e cultura popular Elegemos combatentes revolucionários para a Constituinte, para a Assembleia da República e para as autarquias locais. Nunca deixamos de intervir, com as nossas posições próprias, em todas as batalhas eleitorais, mesmo para a presidência da republica. Nestes 40 anos caíram alguns dos que estavam connosco. Em atentados bombistas, como o Pe. Max em Vila Real, ou sob as balas assassinas da polícia. Neste percurso tão fantástico de 40 anos certamente que cometemos erros. Mas há uma marca muito forte desta UDP: a da partilha de experiências, a ajuda militante, a solidariedade internacional com outros povos em luta em diversos continentes. Timor, Angola, África do Sul, Brasil, Galiza, Euskadi, Catalunha, Irlanda do Norte, Grécia, entre tantos outros. Pelos congressos da UDP passaram as vozes das lutas da Fretilin,do ANC, do BNG, da Esquerda Republicana, do Sinn Fein, do Synaspismos, entre outros forças da liberdade e da democracia. Hoje, vivemos um dos tempos mais difíceis das últimas décadas. Tempos duma grande exigência à esquerda. Nos anos 90 fomos dos primeiros, perante a incompreensão de muitos, a entender e a caraterizar o Neoliberalismo como uma nova fase da evolução do capitalismo. Hoje temos desafios enormes diante de nós: 1º o de perceber a natureza política e ideológica da Austeridade 2º o de encontrar as respostas, as propostas adequadas para conseguir sacudir a canga insuportável que o mundo da finança lançou sobres os trabalhadores e os povos da Europa. Infelizmente, mesmo à nossa volta, há quem julgue que nestas batalhas tão difíceis, pode prescindir da dedicação, da inteligência, da combatividade, do entusiasmo, do espírito de entreajuda, da generosidade, da capacidade de resposta das mulheres, dos homens, dos jovens da UDP. Enganam-se e enganam o mundo dos oprimidos e explorados. Nós cá estaremos, a dar o nosso melhor, nos tempos difíceis de hoje, nas lutas de amanhã. Até à vitória final, lutaremos pela causa do povo ... Viva a UDP
intervenção de José Castro, presidente da Comissão de Direitos da UDP
imagem: José Castro. UDP 40 anos de luta. foto de A Baião.
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