Corremos o risco de pensar que a luta feminista é mais-valia do passado, sem razão de ser no mundo europeu actual, chegando inclusivamente ao ponto de considerar esta batalha foco de discriminação contra os homens e, bem assim, inversamente paritária.
Podemos até ter vencido a batalha mas definitivamente não vencemos a guerra. Já no inicio do ano passado tinha surgido um documento, o SOPA, agora o ACTA, e parece que já há mais na manga: o Acordo de Parceria Transpacífico (TPPA).
Tal como no Continente e na Madeira, também aqui, nos Açores, juntar os ‘riachos’ que se opõem ao troikismo é tarefa árdua mas, absolutamente imperiosa, para organizar as ‘torrentes’ que abram outro caminho às pessoas. Porque outro caminho é possível.
O rumo que o capitalismo deu à economia provocou crises e mais crises: o capitalismo é o problema não é a solução e a única alternativa é acabar com ele. A sua disfuncionalidade económica, social e ambiental é tal que não agir é suicida.
Com um governo que trata os desvalidos como mandriões, remetem-nos aos tempos dos calaceiros a pedir a calaça, as sobras do porco, rogada por aqueles que tinham de esmolar para tapar a fome. O trabalho regressa ao passado, até na palavra em si. Antigamente, os escravos, pessoas que trabalham sem direitos, para enriquecer os que se acham seus proprietários, eram castigados no Tripalium, do latim “tri palus”, um instrumento de tortura do tempo dos romanos com três paus aguçados, daí a origem da própria palavra trabalho, Tripalium.
Os mercados são hegemónicos e androcêntricos tal como as teorias e as políticas que os acompanham. As mulheres não têm sido consideradas mas reclamam um lugar no sistema que as têm excluído e prejudicado porque o patriarcado e o conservadorismo são obsoletos e como podemos constatar são prejudiciais à economia e aos direitos inalienáveis de tod@s nós.