500€ = Salário mínimo nacional 2011 Versão para impressão
Terça, 03 Agosto 2010

No meio desta conversa da “revisão “da Constituição apresentada pelo PSD de Passos Coelho, houve, segundo noticias de vários jornais de 21/22 de Julho, posicionamentos de várias entidades (Patrões/CIP; Governo; UGT) sobre o aumento para 500€ da Remuneração Mínima Mensal Garantida (RMMG), vulgo Salário Mínimo Nacional para o ano de 2011, a que é preciso estar atento desde já, para não nos tentarem “ levar na cantiga “do costume:

- Os Patrões em nome da crise e da competitividade a quererem “travar” o aumento.

- O Governo a “dar uma no cravo e outra na ferradura”, fala do compromisso assumido e ao mesmo tempo das condições do momento. 

- A UGT como é usual a estar “aberta”a discutir o aumento.

Parecem esquecer que em 5 de Dezembro de 2006 estiveram na Comissão Permanente de Concertação Social e firmaram com os demais parceiros sociais um ACORDO SOBRE A FIXAÇÃO E EVOLUÇÃO DA RMMG, onde entre outras coisas se diz:

1.A RMMG em 2007 será fixada em 403 euros.

2.A RMMG deverá atingir o valor de 450 euros em 2009, assumindo-se como objectivo de médio prazo o valor de 500 euros em 2011.

O Salário Mínimo Nacional (SMN) foi criado há 36 anos pelo DL. 217/74 DE 27 DE Maio com o valor de 3.300$00 (16.5€) e se os vários governos o tivessem actualizado de acordo com a inflação anual seria hoje superior a 580€.
Dados do Eurostat mostram que o salário mínimo português/475€, é o segundo mais baixo dos 15 Países da Zona Euro, ficando apenas à frente da Eslováquia que é de 307€ e só para termos uma ideia abaixo da Grécia/740€ e da Espanha/633€.

Este aumento de 25€ /mês, 80 cêntimos por dia para o ano de 2011, representa um pequeno passo para uma mais justa distribuição da riqueza e um sinal no combate às desigualdades entre os rendimentos do trabalho e os super lucros do capital.

A diferença entre sexos também é clara, as mulheres são quase o dobro dos homens a auferir o SMN.
É bom lembrar que estamos a falar duma matéria que abrange cerca de 500 mil pessoas, 9% da população activa.
Pelo lado dos trabalhadores a CGTP já definiu que temos de obter 500€ em Janeiro de 2011 e 600€ em 2013.
Aos Patrões exige-se que se deixem de “desculpas de mau pagador” e não venham com mais pedinchices.
O Governo tem de fazer escolhas e assumir responsabilidades, resta-lhe respeitar o acordo firmado com os parceiros sociais.

Nesta altura em que o Governo, na pessoa da Ministra do Trabalho, aparece tão empenhado em discutir e celebrar um Pacto para o Emprego, e um dos seus três capítulos é sobre Rendimentos Sociais e Económicos, importa deixar claro a importância de uma política salarial progressiva para impulsionar a procura interna que poderá a apoiar o crescimento económico e o emprego e ao mesmo tempo rejeitar a continuação duma política de moderação salarial que, entre outras malfeitorias, contribui para o fenómeno dos “ trabalhadores pobres “ que recebem salário mas ficam ainda abaixo do limiar da pobreza.

Não podemos aceitar que por via dos salários se proceda à contínua tentativa de redução dos custos do trabalho.
Esta batalha não pode ter só um sentido economicista imediato, mas deve ter um cunho político que dignifique e valorize o trabalho, acumule forças e abra espaços para novas e diferentes políticas.

A nós à Esquerda cabe-nos criar movimento e apresentar alternativas concretas que ajudem a inverter a actual correlação de forças.

Francisco Alves - dirigente sindical

 

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