Casamento entre pessoas do mesmo sexo: Don't ask, don't tell! Versão para impressão
Segunda, 11 Janeiro 2010

A falta de coragem ou de convicção do PS não acabou com a discriminação das famílias com base na orientação sexual dos pais.

Artigo de Ana Cansado

No meio militar norte americano existe uma política conhecida como Don't ask, don't tell [Não perguntes, não contes] que acabou com a lei federal que antes de 1993 bania os homossexuais do serviço militar. Esta política permite que os homossexuais estejam nas forças armadas desde que camuflem a sua identidade sexual. É no mínimo uma lei hipócrita e que mantém uma atitude discriminatória baseada na orientação sexual. Em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo a lei é diferente e apenas alguns estados reconhecem o casamento e ainda menos estados permitem que os homossexuais casem.

Na Europa apenas uma minoria dos Estados-membros permite a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em Portugal o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado pela Assembleia da República no dia 8 de Janeiro. A proposta de lei aprovada é uma lei hipócrita e que mantém uma atitude discriminatória baseada na orientação sexual contudo, é um passo relevante que vai certamente permitir que casais homossexuais obtenham quase os mesmos direitos que os casais heterossexuais e cumpram um ritual romântico até agora privilégio do amor de alguns.

Em Portugal a proposta de lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo contou com o apoio de todos os partidos de esquerda representados na Assembleia da República mas o partido do governo, dito socialista, chumbou outros dois projectos, um do Bloco de Esquerda e outro dos Verdes, os quais, para além de permitirem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, permitiam que os casais de pessoas do mesmo sexo pudessem adoptar crianças.

A falta de coragem ou de convicção do PS não acabou com a discriminação das famílias com base na orientação sexual dos pais. Se olharmos para a sociedade portuguesa existem famílias muito diferentes onde há apenas um pai ou uma mãe e os seus filhos, famílias em que existem um pai e uma mãe com filhos de outras relações e sim, existem casais de pessoas do mesmo sexo que têm filhos. Nestas famílias os pais podem ser homens ou mulheres, casados ou solteiros e heterossexuais ou homossexuais e nenhuma destas circunstâncias garante a segurança ou a felicidade das crianças ou das famílias. Só o preconceito e a discriminação impedem a adopção por casais homossexuais. Só o conservadorismo e o preconceito exigem a homens, mulheres e crianças que vivam à margem, que não perguntem, nem contem.

Ana Cansado
 

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