Os nomeados e os perdedores… (Politic - Secret Story) Versão para impressão
Segunda, 06 Dezembro 2010

Durão Barroso tem vivido momentos de contestação à frente da Comissão Europeia, nada a que não estivesse habituado. Por cá, conseguiu ser eleito primeiro-ministro com um programa que desconhecia um país de tanga, que disse ter encontrado. Mas tanga, deu o José Manuel quando afirmou que vira as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Assim, ao fim de dois anos e meio e sem soluções para nos mudar de tanga, foge para Bruxelas. Agora é o maestro de uma Comissão que compõe o “requiem” da Europa. Lá vai fazendo coro com Angela Merkl na Alemanha, com Sócrates e Cavaco Silva em Portugal, e faz discursos como o da União, roçando o surrealismo económico entre outros que não fogem do óbvio, mas que não passam de fait-divers, como se viu quando criticou o neoliberalismo e parecia ameaçar os off-shore. Enfim, “banha da cobra - europeia”, apoiada pelo bloco central sob o lema “Porreiro pá”, avançando com um tratado que é um autêntico desastre nas respostas à crise económica.

Outro português laureado, é Victor Constâncio, depois do rotundo falhanço na regulação do sistema bancário, fez pela vida e para conseguir melhorar o seu “parco” salário e conseguiu o lugar de Vice-Presidente do Banco Central Europeu. Esta nomeação levou uma deputada luxemburguesa a dizer, que é como dar dinamite a um pirómano, o paradoxo é que Constâncio foi convidado para fazer o que não soube fazer em Portugal, o perigo existe…

Numa altura em que tanto se ouve falar de F.M.I., eis que surge mais uma nomeação surrealista do mundo da economia. António Borges, até há pouco tempo, vice-presidente do PSD de Manuela Ferreira Leite, foi convidado para dirigir o departamento europeu da instituição, para supervisionar o uso de investimentos financeiros, conhecidos por "fundos de cobertura". Aqui fica a questão: Como é que um economista que defendeu o subprime como uma coisa maravilhosa, quando trabalhava para a Goldman, pode ser credível para esse cargo?  Haja, quem consiga socorrer o F.M.I. se este economista, que nem no partido vingou, conseguir colocar as suas ideias em prática.

Cavaco Silva está comprometido com as medidas do governo Sócrates, mas nem por isso a sua candidatura sofreu com isso. O comentar o quanto baste, alinhar com Deus e o Diabo e fugir às responsabilidades, dá a este candidato os trunfos que o elegeram no primeiro mandato. Recorde-se o comentário da conhecida repórter Maria Flor Pedroso que logo a seguir à eleição de Cavaco, criticou o facto de este se ter escusado a debate. Mais, conseguiu ser eleito sem se lhe conhecer um programa, ideias, ficando-se por intenções. Se Alegre não conseguir “irritar” Cavaco e levá-lo a debate, Cavaco tem uma auto-estrada para a reeleição. Vamos esperar pela assinatura do tal acordo que Cavaco pede…

Quanto a nomeados estamos conversados, as escolhas falam por si…

Mas deixemos os laureados e passemos aos que perderam. Sem dúvida, o grande derrotado é o Ministro das Finanças, sem arte e engenho e abraçando um punhado de medidas da União Europeia, plano de “engorda” de banqueiros, acaba por ser um dos candidatos a andar de submarino, movimentando-se assim no seu habitat natural – o fundo! Apesar de Teixeira dos Santos ter sido considerado o pior ministro das finanças da zona euro, quem acaba por pagar a factura são os contribuintes. Portugal é o grande derrotado, depenado, com erros colossais de parcerias público-privadas, o enterro de mais de 4500 milhões de euros no BPN, compras absurdas de submarinos e gastos, luxos à tripa forra dos nossos governantes e seus súbditos, arrasam os cofres do estado.

Paulo Cardoso

 

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