Agora vamos todos… Versão para impressão
Terça, 11 Janeiro 2011

Há um ano, coloquei no placard dos comunicados do meu local de trabalho, um texto atribuído a Bertold Brecht. Este, chama a atenção para o facto de ser frequente alguém mostrar indiferença para com as desgraças alheias e no entanto fica surpreendido quando lhe sai o mesmo destino, “provando” o agro sabor da indiferença dos outros.

Nessa altura, anunciei que existia a intenção de despedimento de meia centena de trabalhadores. Hoje, não só recebi essa confirmação, como o número engordou. Foi angustiante assistir ao pranto e à revolta inconformada perante o que se sabe, ser um plano ignóbil de despedimento sem direito a indemnização. Eu assisti impávido e inexplicavelmente sem ser contagiado pela emoção e a tristeza, perplexo comigo mesmo. Só consigo explicar a minha ”frieza” pelo facto de já estar à espera deste desenvolvimento e de sentir a necessidade de não perder a concentração e de incentivar os meus colegas a continuarem a lutar unidos. A batalha não terminou, podem despedir-nos, espoliar-nos nos direitos, mas nunca sem resistência. Temos direitos a defender e acima de tudo, a dignidade. Durante décadas demos o nosso melhor, nos últimos tempos cedemos nos diversos atropelos e agora preparam-se para a machadada final.

Desde que rebentou a notícia, tudo mudou no nosso quotidiano. No primeiro plenário opinei que nós só temos dois “trunfos” a nosso favor – a inteligência, se a usarmos e a união se não permitirmos que nos dividam. As leis promovidas por Bagão Félix e Viera da Silva deixam os trabalhadores à mercê dos jogos de ganância e prepotência de muitos empresários. Cavaco Silva é o garante destas políticas, a imagem da repressão sobre a polícia e dos manifestantes da Ponte 25 de Abril, entre outras atrocidades. Em relação às manobras dos empresários para explorar e despedir, Cavaco apoia com seu consentimento e políticas, apelando depois à caridade. Agora cabe-me a mim alertar os meus colegas – não queremos essa caridade, queremos trabalhar, não votem nesse candidato, ele está do lado de quem nos engana, juntos conseguimos…

O texto que colocara no placard começara a fazer sentido, é preciso lutarmos todos juntos e hoje é uma realidade, depois de ter partido para uma guerra desigual em que fiquei sozinho no início. Agora vamos todos…

 

A Comuna 33 e 34

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