Dia do estudante: mais um passo na contestação Versão para impressão
Segunda, 21 Março 2011

diadoestudanteDepois de 12 de Março com a manifestação da Geração à Rasca, veio 19 de Março com a manifestação da CGTP, e com o dia 24 de Março a contestação continua com o Dia do Estudante. Não paramos de lutar pelos nossos direitos.

Artigo de Diogo Barbosa

Depois de 12 de Março com a manifestação da Geração à Rasca, veio 19 de Março com a manifestação da CGTP, e com o dia 24 de Março a contestação continua com o Dia do Estudante. Não paramos de lutar pelos nossos direitos.

A 25 de Novembro de 1961 ocorreu uma manifestação contra o regime e a guerra colonial. Destino que esperava vários estudantes quando estes acabassem o curso. Nesse dia vários estudantes foram presos. Na prossecução da luta contra o governo fascista realizou-se em Coimbra, em 1962, e no âmbito da crise académica, o primeiro encontro de Associações de Estudantes, onde estes aprovam o dia 24 de Março como Dia do Estudante. No mesmo ano, em Lisboa, estudantes concentram-se dentro da cantina da Cidade Universitária exigindo a libertação dos estudantes presos, vários são espancados e presos.

Por reivindicação histórica do movimento estudantil levou a que em 1987 a Assembleia da República fixasse o dia 24 de Março como Dia do Estudante.

O actual contexto leva a que os estudantes continuem a reivindicar os seus direitos, pedindo a revogação das propinas, o fim do RJIES, das prescrições, de Bolonha. Lutando por um Ensino Superior público, gratuito e de qualidade. Todas estas reivindicações são também pelos milhares de alunos que ao longo deste ano foram abandonando o Ensino Superior, são para que estes tenham o direito a estudar. Esta luta encara também uma perspectiva de futuro no mercado de trabalho, opondo-se aos estágios não remunerados e à precariedade que os congela na incerteza.

Os estudantes estão contra a privatização e mercantilização do ensino. Estão contra a elitização do mesmo, este deve ser para todos, não apenas para quem tem como pagar os estudos. Um ensino sem discriminação de classe, de igualdade de oportunidades, é aquilo que os estudantes exigem. Não exigem nada mais que os direitos que andam a ser retirados a cada ano que passa.

Todas estas razões e muitas mais vão levar a que no próximo dia 24 de Março estudantes por todo o país se manifestem. Contestando a austeridade que lhes amputa a vida, vão censurar mais uma vez este governo. Fechando universidades, saindo à rua, fazendo ouvir a sua voz pelo país. Os estudantes não vão parar a sua luta, vão continuar a lutar contra a austeridade, por um ensino superior público, gratuito e de qualidade.

O dia 24 de Março não é o fim da luta, é mais um passo num processo que não acabará enquanto os direitos não forem readquiridos.

 

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