Sai uma dose de terrorismo… Versão para impressão
Terça, 20 Setembro 2011

 

estatua do terrorismoDe 1945 a 1990 registaram-se cerca de 1147 mil vítimas nas dez piores catástrofes naturais do mundo. Estes fenómenos têm tendência a aumentar com os crescentes problemas ambientais e este assunto merece reflexão, quando já se descobriu a existência de silêncio comprado para minimizar problemas.
Os E.U.A. não assinaram o tratado de Kioto e sustento que foram também cúmplices no fracasso da cimeira de Copenhaga. Este é um dos exemplos de terrorismo ambiental que demonstra bem, a preferência dos órgãos de informação em dar preferência ao mediatismo, agitando ódios e bandeiras. Ao invés, preferem encobrir as displicências pró-capitalistas das grandes nações que colocam em perigo o planeta. New Orleans faz parte da deslembrança, pois aquelas vítimas tiveram apenas “falta de sorte”.

A propósito, assistimos recentemente às comemorações do 11 de Setembro onde as verbas gastas, além de chocantes, demonstram a necessidade de se fazer campanha até com a desgraça. Seria mais importante preocuparmo-nos com os que ainda estão vivos, esta seria, seguramente, a melhor homenagem às vítimas. Não vou mencionar as várias teorias da conspiração que gravitam à volta deste assunto, mas não posso deixar de fazer referência aos milhares de inocentes que depois disso, morreram no Iraque e no Afeganistão.

Só soldados americanos, morreram o dobro das vítimas do hediondo atentado contra as torres do WTC. Como se não bastasse ficámos a conhecer as atrocidades em Guantánamo e outras prisões secretas da CIA. Não será, também, uma forma de terrorismo, o facto de Barack Obama saber que 150 presos em Guantánamo eram inocentes tal como revelou o site WikiLeaks? Entretanto, Julian Assange é, por isso, perseguido como um terrorista cibernauta.

Por outro lado, Bin Laden, Saddam Hussein e Muamar Khadafi foram grandes aliados dos EUA e foram apoiados militarmente pelos americanos. Afinal quem promoveu e apoiou o terrorismo? E porque não se comenta o terrorismo de Estado dos E.U.A? A atual intenção da Autoridade Palestiniana de pretender o reconhecimento do estado da Palestina na ONU afronta a posição de Obama que continua a dar cobertura às atrocidades de Israel na Faixa de Gaza.

Também neste campo, a Europa continua na sua rota de submissão aos E.U.A. e há falta de atitude para com os povos massacrados como aconteceu na cumplicidade com a Indonésia sobre o povo de Timor Lorosae.

As políticas económicas que resultam da globalização são também uma forma de terrorismo promovido pelas ditas grandes potências que asfixiam e imobilizam os estados mais frágeis usando o terrorismo especulativo dos mercados financeiros. Poucos dias depois do 11 de Setembro, no Parlamento Europeu o debate sobre o euro tornou visível a insensibilidade dos responsáveis da União Europeia que mostraram a sua verdadeira face capitalista e antissocial, preocupados apenas com os interesses financeiros esquecendo a sociedade e continuando a defender as políticas de direita. Essa mesma direita que quer fechar fronteiras, escorraçar os PIIGS, promovendo o terrorismo económico e social.

Dos discursos da inevitabilidade, aos sacrifícios de quem não tem culpa das sucessivas políticas erradas, assistimos aos mais diversos atentados sobre as pessoas. Os atentados ambientais, os ataques ao estado social e os crescentes desequilíbrios nas relações laborais parecem fazer parte de um plano de terrorismo a la carte onde frequentemente se ouvem os donos do mundo pedir: sai uma dose de terrorismo…

Paulo Cardoso

 

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