FMI para todos os gostos Versão para impressão
Quarta, 13 Junho 2012

cartoon-0bff1É já empírico que essa receita do FMI para todos os gostos dos conservadores e do capitalismo não resulta e que a receita de austeridade imposta pela União Europeia não é mais do que a experiência incubadora de regresso ao feudalismo onde teremos os pobres a ir comer à mão do rico e do proprietário.

Artigo de Diogo Barbosa

 

Desde 2008, com o estalar da crise, que a elite económica e política, tem imposto uma "solução": FMI

O FMI, instituição monetária por excelência que pode abrir e fechar as portas a que país quiser, conta na União Europeia com a preciosa ajuda do Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Ora na Europa temos já visado com os programas do FMI, a Irlanda, Grécia, Portugal e agora mais recentemente a Espanha pediu também “ajuda” para ser resgatada financeiramente. No encalço do FMI poderá estar também a República Checa. Com todas estas “ajudas” poderemos chegar ao Verão, deste ano, com cinco países sob a laçada do FMI só na Europa - FMI que por sua vez irá controlar com avaliações sucessivas e consecutivas aquilo que os países estão a fazer para cumprir com o pacto orçamental.

Mas tomemos atenção ao que tem acontecido em dois casos específicos depois da vinda do FMI e do seu acordo. Em primeiro lugar é necessário tomar como certo que para a realização desse empréstimo, que convém perceber que a “ajuda” externa não é mais que um empréstimo e que se vai pagar com juros altíssimos. Daqui se depreende que além de os governos austeritários quererem fazer com que o povo pague dividas que não contraiu e que em nada serviram para o desenvolvimento do país e para a melhoria das condições das pessoas que lá vivem, ainda pedem ajuda a uma instituição internacional que além de lhes dar a direção de como é que podem gastar esse dinheiro, ainda vai cobrar juros altos sobre esse mesmo empréstimo. Os governos dos países que estão sob o programa de decadência financeira tiveram como missão essencial recapitalizar a banca, reduzir a função pública, ir privatizando os sectores estratégicos do Estado e aumentar os preços daquilo que são os bens essenciais como o acesso à educação, saúde, habitação e tantas outras coisas. Indo agora à análise do que se passou, e aliás ainda está a passar nestes países e provavelmente poderá acontecer com outros, no caso grego e português desde que os programas de austeridade entraram em força, como se de uma máquina demolidora se tratasse, as condições gerais da população diminuíram bastante. Tanto num país como no outro as pessoas passaram a ser mais pobres e os dados disso mesmo estão à vista. A taxa de desemprego nesses países tem tido uma escalada galopante, quando em Portugal, à cerca de um ano, a esquerda alertava para o facto de o desemprego estar situado nos 700  mil desempregados apesar dos dados estatísticos mostrarem outra coisa, disseram que era ilusão e que não passava de demagogia, ora hoje temos já oficialmente cerca de 700 mil desempregados, mas se contarmos com os que não fazem parte dos livros de estatísticas poderemos estar já pero do milhão e 200 mil desempregados. É essa a receita que o FMI nos tem tentado impor, a receita da austeridade e do sacrifício.

É já empírico que essa receita do FMI para todos os gostos dos conservadores e do capitalismo não resulta e que a receita de austeridade imposta pela União Europeia não é mais do que a experiência incubadora de regresso ao feudalismo onde teremos os pobres a ir comer à mão do rico e do proprietário. É um regresso à Idade Média em pleno Séc. XXI, e esse regresso é feito por tentativa do capitalismo que na sua necessidade de se reinventar em alturas de crise vai sempre buscar o que de pior tem, e o pior neste momento é o regresso ao feudalismo em que a entidade papal é o FMI personificado em Lagarde com os seus lacaios do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia. E temos os países visados com os programas de decadência financeira obrigados a prestar vassalagem à entidade superior que é o FMI.

Esta receita não resulta e é preciso com uma grande congregação à esquerda com sindicatos, associações e a população em geral para combater o governo da troika e trazer novamente a democracia à rua, uma democracia participativa em que todos façamos parte dela.

E que a Grécia seja novamente o berço do povo e o berço de uma nova democracia e de uma nova solução contra as políticas de austeridade, e com políticas viradas para o povo. É procurando ser poder e não apenas oposição que nos temos de congregar para uma solução à esquerda contra o novo feudalismo.

 

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