O direito a uma habitação condigna é um direito universal, reconhecido a nível internacional e em mais de uma centena de constituições nacionais em todo o Mundo. É um direito Universal!
Apesar desse direito, os sem-abrigo e os que vivem em condições precárias são cada vez em maior número por todo o mundo. Mais de 6 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas entre 2009 e 2012. No mundo de Hoje, cerca de 100 milhões de pessoas estão na rua e mais de mil milhões vivem em habitações sem condições. Segundo as estimativas, 3 mil milhões de pessoas vivem em barracas, a maioria dessas pessoas vive em países do Sul, mas nenhum continente é, nem será, poupado. Além dos problemas de habitação (tecto), mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável e 2,6 mil milhões de pessoas não têm acesso a instalações sanitárias básicas. Estas pessoas vivem em condições indignas, entre estes, milhões morrem a cada ano. A negação, de facto, do direito à habitação traz consequências dramáticas em áreas como emprego, educação, saúde, relações sociais, a participação em tomadas de decisão, etc… Apesar de conferências mundiais especificamente dedicada às questões da habitação e cimeiras para sensibilizar a opinião pública para a gravidade da situação, não houve seguimento das declarações e planos de acção adoptados. Alguns do objectivos são reduzir para 100 milhões de habitantes de bairros degradados até 2020 e reduzir pela metade a proporção de pessoas que não têm acesso à água potável até 2015. Essas metas são claramente insuficientes. O que é necessário é trabalhar nas causas de “não-acesso” à habitação em todo o mundo. Estas causas são: a especulação imobiliária, desapropriações e despejos, o crescimento de bairros de lata. Existe ainda a discriminação contra grupos mais vulneráveis como: mulheres, crianças, refugiados, emigrantes, idosos e deficientes e os efeitos negativos da privatização dos serviços públicos. Em suma, exigir o direito à habitação implica, lutar para a inclusão das pessoas mais vulneráveis da sociedade, forçando a sociedade a respeitar a sua obrigação legal de garantir uma vida digna. Mas, acima de tudo, lutar contra os despejos forçados ilegais, das centenas de milhares de pessoas são vítimas a cada ano.
Ricardo Nunes
|