Greve geral ibérica, luta articulada na Europa Versão para impressão
Terça, 13 Novembro 2012

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A proposta do Orçamento de Estado para 2013 com o agravamento dos cortes nos salários e o enorme aumento de impostos, nomeadamente do IRS ,são razões mais do que suficientes para a mobilização e indignação geral dos portugueses. O ataque brutal aos direitos dos trabalhadores e a redução dos apoios sociais são medidas insuportáveis que só vêm criar mais dificuldades a quem vive apenas do rendimento do seu trabalho e acentua as desigualdades sociais com consequências bem visíveis na destruição de empresas e empregos que faz proliferar a pobreza, a miséria e fome.

Neste clima de ultra- austeridade a vinda a Portugal da “Kaiser” Merkel, que recentemente defendeu a manutenção das políticas de austeridade por mais cinco anos, é um insulto ao povo português, que a receberá como deve ser.

A ameaça da refundação do Estado, que mais não é que o anúncio da destruição do estado social como o conhecemos hoje e o fim da educação pública, da saúde pública e da segurança social solidária e universal, é mais uma prova de que a missão do governo do PSD/CDS é levar a cabo um ajuste de contas com o 25 de Abril.

A política da austeridade, apadrinhada pela Troika e espalhada pela Europa, tem levado em diversos países a manifestações de rua históricas que espelham a oposição e a indignação populares. A resistência dos trabalhadores intensifica-se e a 14 de Novembro realizar-se-á a primeira Greve Geral Ibérica.

A greve geral convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN), acompanhada por vários sindicatos e federações afetos à União Geral de Trabalhadores (UGT) em Portugal e a greve geral convocada pela Confederação Sindical de Comissões Obreras (CCOO),União General de Trabalhadores (UGT/E), União Sindical Obrera (USO), CGT e Confederação Intersindical em Espanha, abriu espaço à jornada de luta europeia contra a atual situação económica e social anunciada pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES).

A Grécia já esteve em greve geral nos passados dias 6 e 7 e deverá voltar a participar na luta de 14 de Novembro, contra um novo pacote de austeridade que conduz à destruição do país.

No próximo dia 14 de Novembro as ações de luta e solidariedade assumem diversas formas em diferentes países. Em França, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Federação Sindical Unitária (FSU), a união sindical Solidaires e a União Nacional de Sindicatos Autónomos (Unsa), promovem um conjunto de manifestações em todo o país contra a austeridade e pelo emprego. Na Bélgica estão anunciadas várias concentrações junto a embaixadas de países da UE e ações de sensibilização. Em Itália a CGIL convocou 4 horas de greve geral e manifestações em todas as regiões por uma governação económica ao serviço do crescimento sustentável e do emprego de qualidade. Na Alemanha está prevista a realização de comícios pela Confederação Alemã de Sindicatos (DGB). Na Holanda, Suíça, Áustria, República Checa, Roménia e Croácia serão realizadas ações nacionais.

O dia 14 de Novembro será também um dia de luta para outros movimentos sociais que se opõem às políticas de austeridade. Por toda a Europa grupos de estudantes, precários e cidadãos clamam por uma greve europeia. E é nas redes sociais que muitos se encontram e procuram organizar ações nas suas cidades e regiões. Por exemplo no facebook o perfil #14N-EUROPEAN STRIK apela ao levantamento dos povos da Europa pela democracia e pelos direitos sociais e regista o local e o horário dos diversos eventos marcados para dia 14 de novembro em toda a Europa.

Este novo patamar de luta articulada à escala europeia que finalmente se alcançou é um ponto de partida e um acumular de forças que se deve preservar e manter, para que a resposta nacional e global que os trabalhadores e os povos estão a travar contra os cortes nos salários, de aumento do desemprego e de delapidação do Estado Social, tenha êxito e se ponha fim as estas políticas de austeridade.

Em Portugal a nossa primeira prioridade é tudo fazer para derrubar o governo e vencer a troika. Queremos eleições e não menos que isso.

Vamos começar desde já trabalhar para concretizar esta nossa vontade participando com toda a força na receção à “kaiser” Merkel.

Vamos continuar a mobilizar e a juntar forças para que a Greve Geral de 14N seja um momento em que todos sem nenhuma exclusão possam participar nas empresas e manifestar nas ruas e praças de Portugal a sua vontade de mudança e dizer bem alto que há alternativas a esta política de terror levada a cabo pelo governo de Passos/Portas.

Está na hora do governo ir embora.

Está na hora de fazer a luta toda.

Francisco Alves

(publicado também em esquerda.net)

 

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