Editorial 29 - Pensamento, consciência e transformação Versão para impressão
Sexta, 08 Março 2013

editorial 29A primeira revista do ano em que se comemoram os 10 anos da revista A Comuna é um número abrangente nas matérias abordadas, começando e acabando em grande, do tema "Luta de classes" ao dossiê feminista. Sobre o pano de fundo das ilustrações da Maria João Barbosa, o género, a classe e o povo, a arte e a vanguarda, a dialética e o realismo crítico, e a história do presente, todos esses temas são abordados neste número 29.

Moisés Ferreira abre o Tema com uma dissertação sobre a centralidade do trabalho e a luta de classes, visitando alguns autores contemporâneos e contextualizando com referência ao tempo que vivemos, da Primavera Árabe aos protestos anti-Troika. Hans-Gerd Öfinger, jornalista do diário de esquerda Neues Deutschland, informa-nos sobre 'como está a Alemanha', a situação política e a luta social, os sindicatos, os partidos e, particularmente, o Die Linke. Francisco Alves e Ana Cansado fazem uma interessante análise histórica dos grandes momentos de luta em Portugal, indo 'das resistências ao contra-ataque'

A secção de teoria, à semelhança do Tema, conta com uma participação internacional, neste caso é Xoán Carlos Garrido Couceiro, diretor da revista galega Terra e Tempo, que escreveu para A Comuna sobre 'autodeterminação, povo e socialismo'. E se o primeiro artigo é sobre a questão nacional, o segundo, da minha lavra, dedica-se a esboçar no campo académico o espaço a ocupar pelo Marxismo como "Uma visão bastante invulgar das relações internacionais". A secção de teoria fecha com chave de ouro, com Lídia Pereira a apresentar de forma sintética a 'rutura dialética entre Marx e Hegel'.

Na secção de cultura, o problema do papel do espectador versus e o papel vanguarda emerge na recensão crítica de Luís Monteiro a O Espectador Emancipado de Jacques Rancière. Já Adriana Delgado toma como objeto "A Palavra" (Carl Theodor Dreyer ,1955) e, num brilhante texto de crítica de cinema, contextualiza o filme e as suas características na vida e na obra do autor dinamarquês, encontrando para lá das aparências teológicas a vida concreta e um apelo ao  impossível que acontece.

As múltiplas dimensões do feminismo não são esquecidas neste número, embora haja muito mais por explorar. Da arte e o feminismo (Ana Paula Canotilho) aos crimes de honra (Vânia Martins), da tutela masculina na emigração de princípios do século XX (Diogo Barbosa) às atuais conquistas incompletas do feminismo (Sara Reis), este dossiê assinala o repto de que é necessário dar "um soco na discriminação e estereótipo", como bem assinala o artigo de Nádia Cantanhede sobre Boxe Feminino.

O maior valor da presente revista, na boa tradição destes 10 anos, é o facto de que todas e todos os colaboradores desta revista marxista são pessoas conscientes do seu papel de atores e autores da história, vivem a história concreta, estão na luta feminista, sindical, estudantil, na luta de emancipação nacional, nas grandes mobilizações anti-troika. São pessoas que participam na construção de pensamento, no desenvolvimento da consciência e na transformação da sociedade. "É na práxis que o ser humano tem de comprovar a verdade" (Marx 1845).

Bruno Góis, diretor da revista A Comuna

Editorial d'A Comuna. 29 (janeiro-março 2013)

 

 

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