Sobre a proposta de coligações feita pelo PS |
Sexta, 15 Março 2013 | |||
O PS fez recentemente uma proposta de coligações em vários municípios, dos quais o Porto será o mais sonante. O engodo é derrotar o PSD, o logro é fingir que não há passado, a ingenuidade – alquimiada ou não - é como a presunção: cada um toma a que quer. Vale a pena recordar que o Bloco tem uma decisão de Convenção, portanto, a resposta é clara. Mas, além disso, o modo conta. E conta ainda mais porque um dos objetivos do PS é paralisar a construção de alternativas de esquerda e dificultar alianças sociais para essa alternativa. Quanto mais tempo demorar a expectativa, melhor para o PS e pior para uma esquerda alternativa e credível. Entretanto o PS vai fazendo convites para as listas. Vale a pena começar por lembrar que o PS defende a eliminação da pluralidade partidária nos executivos municipais. Fazer coligações autárquicas só com o PS é como gritar "quanto mais me bates, mais gosto de ti". Vale também a pena recordar que o PS recusou as propostas do BE saídas da Convenção e que decidiu nomear os seus cabeças de lista. Ou seja, o PS decide o patrão e depois quer empregados – em nome de "vestir a camisola da empresa". Trata-nos com arrogância e renega-nos para a subalternidade. Inaceitável. Até no caso especial do Funchal os cabeças de lista à Câmara e Assembleia, sendo do PS, são previamente acordados por todos. Depois do modo da ação e da reação vamos a outros factos políticos. O PS foi favorável à privatização do aeroporto Sá Carneiro, pretendendo a sua privatização separada do resto da ANA. Muito justamente o BE/Porto opôs-se. O Bloco defende os serviços públicos e o papel estratégico do Estado – o Bloco não embarca na destruição dos serviços públicos para privilegiar negócios de burguesias porque são "locais". Segundo consultei, para além desta privatização, o PS foi também favorável à privatização da limpeza urbana e do urbanismo através da criação da SRU, como aliás é favorável e tem praticado a privatização generalizada dos serviços públicos municipais onde governa. O apoio do PS à demolição do Aleixo e o seu voto favorável às alterações do Plano Diretor Municipal do Porto não nos estranha, é que o negócio se entranha. O Bloco não se esqueceu de que o PS se absteve em Orçamentos Municipais de direita e de grande gravidade para a população da cidade do Porto, motivando a certeira declaração do deputado Municipal do Bloco José Castro: o PS "retirou a consistência a uma junção de forças à esquerda". Não é preciso memória de elefante para recordar a herança da gestão PS à frente da Câmara do Porto com Fernando Gomes e Nuno Cardoso... O tempo, para o Bloco, é o de construir alianças sociais para uma alternativa de esquerda. Alianças vastas com activistas sociais e gente que rejeite as medidas da troika e da austeridade – no poder central e no poder local. Alianças vastas com gente que queira defender mais democracia no poder local e mais participação cidadã. Alianças com quem queira lutar pelos direitos dos trabalhadores das autarquias locais, que vão ser despedidos aos milhares. É preciso aliançar e juntar forças à esquerda! Rejeitamos usar a esquerda para salvar políticas de direita! Victor Franco
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A Comuna 33 e 34
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