Viver e falar do 25 de Abril |
Quinta, 08 Maio 2014 | |||
Nos anos 60 conheci as cadeias do Aljube, Caxias e Peniche, quando ia visitar o meu pai que esteve preso nessas prisões.
Testemunho de Cipriano Pisco
Esse processo levou-me a ganhar consciência politica e social, de luta contra o regime fascista. Quando soubemos do 25 de Abril foi uma grande alegria. Embora, de início, houve dúvidas. No dia seguinte, fomos ao largo do Carmo - eu, o meu pai e um grupo de amigos - para sentir de perto os acontecimentos. No Montijo organizou-se logo o 1º de Maio com um grupo de pessoas que tinham dado a cara na luta contra o fascismo, nos comícios da oposição para as eleições antes do 25 de Abril. Era uma praça cheia. O meu pai falou nesse comício, onde combateu o fascismo e falou do futuro . Perante a situação politica da época, era preciso organização e por isso criamos o Comité "A Classe Operária Vencerá". Mais tarde, de forma organizada, aderimos ao CARP-ML. Que veio dar origem à UDP. O congresso da fundação da UDP foi no Montijo. Foi um processo politico muito rico. Trabalhei na Setenave, empresa com cerca de 7 mil trabalhadores, onde as lutas sociais marcaram a historia no movimento operário em Portugal. Durante mais de 30 anos a trabalhar na Setenave, houve vitórias e derrotas: desde a ocupação da ponte 25 de Abril onde existiram confrontos com a policia de choque, até ao abaixo-assinado foi e é uma vida a lutar pela tranformação social que vai continuar até abolir a exploração do homem pelo homem. Cipriano Pisco - A Comuna nr. 31 (Maio 2014) 30. edição Especial 40 Anos do 25 de Abril. ilustração: Maria João Barbosa/LunaKirscheIllustration para A Comuna
|
A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
Karl Marx