Morreu João Mesquita |
Sexta, 13 Março 2009 | |||
Morreu o jornalista João Mesquita. A sua integridade e a sua serena e quase tímida determinação em ir ao fundo das coisas, factos ou ideias, faziam dele um grande jornalista de investigação. Texto de Mário Tomé E também lhe dificultaram a vida profissional onde essas qualidades, sem deixarem de ser apreciadas e elogiadas, são muitas vezes incómodas e inconvenientes nestes tempos de pensamento único plural. Ou seja, todos têm liberdade de dizer a mesma coisa cada um à sua maneira. João Mesquita era intransigente quanto à sua liberdade, e a dos outros, que ligava indissoluvelmente ao respeito pela deontologia da sua nobre profissão. João Mesquita começou a sua carreira de jornalista na Voz do Povo, primeiro órgão oficial da UDP que, aliás, viu a luz do dia seis meses antes da própria UDP. Nos princípios dos anos oitenta saiu serenamente da UDP com quem manteve sempre uma relação amiga que aliava sem dificuldade ao necessário distanciamento crítico. Nunca permitiu que o seu trabalho profissional servisse de desculpa para não assumir as causas cívicas e políticas que estruturavam o seu carácter. João Mesquita foi presidente do Sindicato dos Jornalistas durante quatro anos, de 1989 a 1993 e foi sempre um lutador sem descanso em defesa da sua classe. Foi fundador do Público tendo trabalhado em vários outros jornais como Notícias da Tarde, Jornal de Notícias, Semanário, Jornal as Beiras (Coimbra), Independente e A Capital. Trabalhou ainda na fase final da revista Grande Reportagem. Entusiasta do projecto do Combate, órgão oficial do PSR, nascido em 1987, foi decerto com grande alegria e empenhamento que ajudou a fundar o Bloco de Esquerda onde viu concretizado um improvável sonho secreto. Mário Tomé
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