Cuba, mais generais no governo |
Sexta, 06 Março 2009 | |||
No passado dia 2 de Março, foi
divulgada uma nota oficial do Conselho de Estado de Cuba anunciando a
substituição de onze ministros. Uma remodelação ministerial,
normal em qualquer país. Mas não é assim em Cuba...
Texto de Carlos Santos Entre os que saíram, estão duas das figuras mais conhecidas do poder cubano: Filipe Pérez Roque, ministro dos Negócios Estrangeiros e durante 10 anos secretário de Fidel Castro, e Carlos Lage, secretário do Conselho de Ministros e Vice-Presidente do Conselho de Estado - na prática uma espécie de primeiro ministro do governo cubano. Perante os comentários internacionais de que estavam a ser afastados os próximos de Fidel, o velho patriarca decidiu-se a responder de imediato no seu blogue (trabajadores.cu/reflexiones-de-fidel-castro) num artigo intitulado : "Mudanças sãs no Conselho de Ministros". Não só está de acordo com as mudanças, como refere que, em relação aos dois mais referidos, "O mel do poder (...) despertou neles ambições que os conduziram a um papel indigno. O inimigo externo encheu-se de ilusões com eles". No mesmo dia, foram publicadas cartas dos dois, demitindo-se de todos os cargos do partido único e do Estado. Na carta juram fidelidade ao partido, a Fidel e a Raul Castro (ver em baixo foto da carta publicada em www.gramna.cu). Porque se demitem? Por erros. Que pretensos erros cometeram? Não se sabe. Quais as divergências? Não são divulgadas. É assim o poder em Cuba: opaco, nacionalista, fidelizado ao chefe. Nada disto tem a ver com socialismo e é mesmo o seu contrário. Um general substitui Carlos Lage, outro torna-se ministro da indústria pesada. Os militares sobem na hierarquia, o corolário natural da evolução deste poder cada vez mais distante dos trabalhadores e do povo cubanos.
|
A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
Karl Marx