E a corrupção? |
Domingo, 12 Abril 2009 | |||
Hoje, o discurso do combate à corrupção está nas agendas principais de nós homens e mulheres socialistas. A população está farta de ser vilipendiada e extorquida.
Os ídolos do neoliberalismo das últimas décadas entraram Por cá, como sempre, o poder tenta esconder a realidade dos factos apoiando-se numa justiça que funciona a três velocidades: devagar, devagarinho e parada quando toca a investigar os mais grandes entre os grandes. Esta é a justiça engendrada pelos partidos de serviço à burguesia que vão ocupando o poder em alternância, que durante três décadas produziram legislação ao sabor dos seus interesses e das clientelas que gravitavam nas suas orlas. Por muitos DVDˋs que passem nos canais das nossas TVˋs os visados assobiam para o lado como se nada fosse com eles, debitando discursos assentes em apelos à moral, seriedade e bons costumes. É caso para dizer que lata não lhes falta! Eles não são culpados de nada. Ao invés de assumirem os seus actos vergonhosos agem como se nada tivessem a ver com o assunto. Parecem que chegaram agora de um outro planeta com a vestimenta de anjos salvadores, vindo operar o milagre da transformação de uma sociedade corrupta num paraíso celestial. Noutros países os políticos corruptos são afastados, os banqueiros são presos, julgados e já cumprem as sentenças ditadas pelos tribunais, tendo-lhe já sido retirados os bens que adquiriram através das fraudes e roubos. Em Portugal nada acontece. Os energúmenos que nos levaram à decadência total continuam empoleirados nos rancos do poder, recusando-se a de lá sair. A máquina da justiça funciona como se de uma máquina de lavar se trata-se. Entram sujos e empedernidos, saem límpidos e impolutos. Entram como apitos dourados, saem da máquina como harmónicas que tocam num qualquer coro de igreja. Uns verdadeiros santinhos! As “negociatas” até têm as escutas telefónicas transcritas nos jornais. Mas isso são como nas histórias dos cowboys: o bandido por muitos estragos que faça, desde que defenda o poder, tem sempre direito a um final feliz ficando para sempre nos anais da história como um herói. Com tanta trafulhice no sistema financeiro há apenas um banqueiro a ver o sol aos quadradinhos. Para já, este não teve ninguém a colaborar com ele, nem teve oficiais de campo na ajuda da concretização de tudo o que fez. A amnésia tomou conta dos seus apaniguados e seguidores. Este provavelmente será condenado quando estiver morto e enterrado.
Hoje a prioridades das prioridades é o combate à corrupção.
Todos reconhecemos que um dos problemas mais graves é o fracasso da justiça em Portugal.
Quando todos reconhecem que a justiça não funciona este governo nada faz para inverter o actual lamaçal onde se encontra o País.
Vamos esperar sentados enquanto estes cowboys comem tudo?
Texto de Joaquim Dias
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
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