A Paz Nuclear |
Domingo, 18 Abril 2010 | |||
Durante 12 e 13 de Abril, 47 estados estiveram reunidos em Washington numa Cimeira sobre a não-proliferação nuclear. Nessa cimeira de que foi anfitrião o presidente Obama, os 47 estados comprometeram-se a reforçar a segurança relativamente ao armamento nuclear e que a aumentar os esforços para impedir que este armamento chegue às mãos de grupos terroristas. Artigo de Bruno Góis Dias antes, a 8 de Abril, Obama e o presidente russo Dmitri Medvedev assinaram em Praga um novo tratado STRAT (Tratado de Redução de Armas Estratégicas). O tratado prevê uma redução considerável dos arsenais nucleares dos dois países. Uma análise materialista-histórica não se contenta em ver, de forma simplista, nestes acontecimentos uma boa vontade de Obama. Importa recordar que EUA conseguiram um acordo para a Rússia com vista à redução de stocks de armas nucleares nos EUA e na Rússia (7 de Junho de 2009) também com o objectivo de uma expressão comum de maior dureza face ao enriquecimento de urânio por parte do Irão. Sendo igualmente de salientar que ao melhoramento das relações EUA-Rússia não é alheio o cancelamento por parte dos EUA (a 17 de Setembro de 2009) dos planos de colocação de interceptores anti-míssil na Polónia Sobre a redução do nuclear, é ainda de salientar a irracionalidade económica e estratégica da acumulação de armamento nuclear nas potências nucleares (1). Desta feita, mais que de boas vontades, a redução do nuclear é ditada pela racionalidade económica e, vantagem para os seus promotores, gera simpatia política internacional. Por outro lado, o plano de Obama, revelado num discurso feito em Abril de 2009, em Praga, visa não só a redução de armamento nuclear por parte da potências que o possuem, mas igualmente criar um banco de energia nuclear acessível aos países em desenvolvimento. O objectivo é, e isso também faz parte do plano, impedir que estes países em desenvolvimento produzam materiais passíveis de serem utilizados em armamento nuclear. Em suma, com a redução do arsenal nuclear, vem também a redução dos custos com estas (quase) inúteis ameaças permanentes. Mas isso sem EUA, Rússia e outros perderem a posição de potências nucleares. Com estes acordos, impedem igualmente o surgimento de novas potências nucleares e, de caminho, relançam a produção de energia nuclear sob a bandeira da paz. Nota 1: ver John MULLER (2010) «Armas Nucleares» in Foreign Policy, Edição FP Portuguesa, Fevereiro/Março 2010, nº14, EMIREC Comunicação, pp. 24-26
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A Comuna 33 e 34
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