As lutas que temos de travar Versão para impressão
Domingo, 28 Março 2010

A intensidade e violência, com que as medidas contidas no OE'2010 (orçamento de estado) e agora no famigerado PEC (programa de estabilidade e crescimento) vão atingir a grande maioria dos cidadãos, requer uma nova dimensão na resposta por parte de todas as forças políticas e movimentos sociais, que de facto lhes querem dar combate e leva inevitavelmente ao ampliar da luta.

Os que vivem do trabalho, há muito que se aperceberam do carácter anti-social e laboral das políticas desenvolvidas pelo Governo Sócrates II.

E por isso temos assistido ao crescendo da luta dos trabalhadores da Administração Pública em unidade de acção, dando na greve geral de 4 de Março uma forte resposta ao governo. E preparam-se desde já para dar continuidade à luta agora de novo com expressão na rua.

Também no Sector Privado, embora com as dificuldades acrescidas que existem na luta empresa a empresa, os trabalhadores de forma diversificada e com graus diferentes de participação têm dado respostas positivas.

Importa realçar a importante luta levada a cabo no sector dos transportes, TST; CARRIS e em especial a forte greve dos Ferroviários no passado dia 23 de Março.

Outros posicionamentos estão já agendados, como é o caso dos Enfermeiros (4 dias de greve, a partir de 29 de Março) e dos trabalhadores da GALP (3 dias de greve, entre 19 e 21 de Abril) e outros se avizinham como no Grupo Águas de Portugal.

O conjunto de lutas realizadas e as já agendadas para o futuro, mostra bem da disponibilidade dos trabalhadores não só em defenderem os seus direitos, mas para também responderem com a reivindicação do aumento real dos salários, passando pela exigência duma negociação efectiva da contratação colectiva e pelo combate à precariedade no emprego.

Este é o caminho que permite responder ao verdadeiro pacote de austeridade, leia-se PEC, que o governo quer impor de forma brutal aos trabalhadores efectivos ou precários; desempregados e pensionistas, uma vez mais em nome da redução do défice e da dívida publica." Esquecendo-se " entre outras coisas, de combater os offshores, de taxar as mais-valias financeiras e as transacções especulativas, de combater a evasão e a fraude fiscal. Esta política tem de facto uma marca de classe e nós bem sabemos qual.

Por isso dizemos que estas múltiplas e importantes lutas têm de ter uma articulação e convergência, para que a seu tempo e não desgastando os trabalhadores, todos sejamos convocados a juntar forças para uma grande resposta geral.

Espero, enquanto sindicalista, que o próximo Conselho Nacional da CGTP a realizar em 7 de Abril, ao fazer o balanço da Acção Descentralizada levada a cabo neste 1º trimestre e tendo em conta que o 25 de Abril e o1º de Maio podem constituir marcos importantes na luta, apresente e contribua com um sinal inequívoco para a articulação das lutas e convergência entre o sector público e privado.

A nós homens e mulheres do Bloco de Esquerda enquanto actores sociais onde quer que estejamos inseridos, cabe-nos influenciar política e socialmente para o avolumar deste combate.

Francisco Alves, dirigente sindical

 

A Comuna 33 e 34

A Comuna 34 capa

A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil"EditorialISSUUPDF

 capa A Comuna 33 Feminismo em Acao

A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação"ISSUU | PDF | Revistas anteriores

 

Karl Marx

 

 
 

Pesquisa


Newsletter A Comuna