China trata Equador pior que o FMI Versão para impressão
Domingo, 28 Março 2010
Com esta notícia, ficámos a conhecer o tratamento dado pelo poder chinês na negociação de empréstimos a outros países. Pior que com o FMI em termos comerciais, constatou o Presidente do Equador, Rafael Correa.
Artigo de Carlos Santos

No dia 20 de Março de 2010, o Presidente da República do Equador, Rafael Correa, anunciou que o seu governo suspendeu as negociações com a República Popular da China sobre o crédito de financiamento de quase 2.000 milhões de dólares para um projecto hidroeléctrico no seu país, o Coca Codo Sinclair.

"Demos por terminadas as negociações com a China, perante o mau tratamento e a grosseria com que nos trataram: Não esqueceremos isto, não esqueceremos", declarou Correa.

O governo do Equador negociou durante oito meses com o banco estatal chinês Eximbank, que exigia que o governo equatoriano desse como garantia activos que a lei equatoriana não permite e que nunca ninguém tinha solicitado.

"Pensávamos que as relações com a China tinham outro nível. Se nos vão tratar como mais uma transnacional, com mais rigor que o FMI, em termos comerciais, não em termos políticos, bom, procuraremos o financiamento noutro lado", disse Correa.

O Presidente do Equador concluiu ainda: "Nós não vamos claudicar a nossa soberania perante ninguém, nem sequer perante um país tão querido como a China, e não vamos esquecer isto, cada dia de atraso do Coca Codo Sinclair são dois milhões de dólares que o país perde".

Das relações internacionais da nova China, já conhecíamos o bom entendimento do governo chinês com ditaduras como a da Birmânia (Myanmar) e os bons negócios com governos corruptos de África. Com esta notícia, ficámos a conhecer o tratamento dado pelo poder chinês na negociação de empréstimos a outros países. Pior que com o FMI em termos comerciais, constatou o Presidente do Equador, Rafael Correa. E essa constatação diz tudo sobre a política do governo da China.

Estranho é que o PCP, para quem era suposto que a prática fosse o "critério da verdade", continue a considerar que a China é um país socialista.

Carlos Santos

 

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