Poema de Nazim Hikmet Ran
És
como um escorpião, meu irmão,
vives na escuridão covarde
como um
escorpião.
És como um pardal, meu irmão,
sempre a piar como um pardal.
És como uma ostra meu irmão,
fechado como uma ostra, contido
E és assustador, meu irmão,
como a boca
de um vulcão extinto.
Não um,
não cinco
infelizmente, contabilizas milhões.
És como uma ovelha, meu irmão:
quando o pastor
levanta a sua vara,
rapidamente
te juntas ao rebanho
e vais, quase com orgulho, para o
matadouro.
És a criatura mais estranha na Terra-
ainda mais estranho que o peixe
que não consegue ver o
mar no meio da água.
E a opressão no mundo
é
graças a ti.
E se estamos com fome, cansados,
cobertos de sangue,
e ainda estamos a ser esmagados como
as uvas para o vinho,
a culpa é tua,
Eu mal consigo dizê-lo,
mas a maior parte da culpa, meu
querido irmão, é tua.
Traduzido por Fabian Figueiredo
do Inglês: The Strangest Creature on Earth
|