Presidenciais: fazer a luta toda! |
Segunda, 30 Agosto 2010 | |||
Os últimos dias foram pródigos em artigos e declarações na imprensa contando dissonâncias várias sobre as presidenciais. Uma coisa tiveram de comum: criar uma imagem pública de inquestionável vitória de Cavaco Silva. Por isso, nuns tenta-se evidenciar e multiplicar as diferenciações, outros são acusados de se candidatarem «para popularizar um futuro secretário-geral», e dá-se evidências a outros que – vindos das cúpulas do próprio PS – já querem dar a derrota como certa. Para nós, vale a pena confrontar aquelas opiniões que contam - a sério - na luta política e procuram desde já marcar um caminho: as afirmações proferidas por Vital Moreira invocando «limitadas hipóteses de Manuel Alegre», de Medeiros Ferreira «nem a fraca prestação de Cavaco Silva neste primeiro mandato alterou o rumo à derrota da esquerda na questão presidencial», passando por Vitor Ramalho invocando a importância da «candidatura da cidadania que vem de fora dos partidos». Como escrevi em recente crónica no esquerda.net a nomenclatura PS quer a vitória de Cavaco Silva. Estas afirmações, proferidas posteriormente, funcionam como premissas válidas e assaz demonstrativas. Estas afirmações de Vital, Medeiros e Ramalho são as bocas que falam por quem não o pode fazer: Sócrates e Soares. Com amigos como estes não se precisa de inimigos. Mas estas afirmações só relevam o receio de Alegre derrotar Cavaco Silva e de se criarem umas pedras na engrenagem neoliberal. No momento em que os serviços públicos assumem papel determinante, em que o Estado se comporta como protector da burguesia mafiosa e em que os direitos do trabalho estão mais fracos para enfrentar o ataque mais forte, urge perceber onde se concentra forças e onde se desenvolve o “campo da batalha”. É neste terreno político que a luta se desenvolve – é aí que lutamos. A resposta dos militantes de esquerda pode ser sentimentalista e retomar ilusões de «energias cidadãs», «da expectativa do movimento sem partido», da «esperança na independência». Não existe independência na política, todos e todas têm direito a negar o papel da razão e há sempre espaço para mais uma frustração! A resposta da militância de esquerda é a escolha de contar na luta política e de dizer presente, porque é ela que determina as vidas e se escreve na história. E a escolha, quer se queira ou não, é dicotómica: Cavaco ou Alegre. Artigo de Victor Franco
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
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