Para trás ficou o relativo sossego que conseguimos ter por altura das férias, está aí Setembro e um novo ano de trabalho (para os que o têm) e não precisamos de “ ser bruxos “ para saber que vamos ser confrontados com dificuldades acrescidas a nível económico, social e político.
Não será preciso desenvolver muito para o provar, basta lembrar como estamos e iremos sentir ainda mais, nos bolsos e na vida diária, a concretização dos PEC 1 e PEC 2 e as medidas que irão ser apresentadas no próximo Orçamento de Estado para 2011.
Veremos então como os partidos da direita, especialmente o PSD, dará mais um empurrão ao PS exigindo mais liberalismo na economia e restrições na Saúde e Educação (chamam-lhe liberdade de escolha). No fundo a matriz económica social-liberal não se alterará.
No campo social o flagelo do desemprego continuará a aumentar com todos os efeitos negativos para os trabalhadores e as suas famílias. Os cortes no subsídio de desemprego, rendimento social de inserção e nos apoios sociais como o abono de família, apoio social escolar, comparticipação nos medicamentos, apoio judiciário e outros, são já uma realidade muito dura, para quem viu os seus parcos rendimentos reduzidos em nome duma pretensa contenção de despesa e do sagrado défice.
A procura de redução dos salários por via directa ou indirecta é a outra face da mesma moeda neste ataque aos que menos têm.
A tão falada revisão da Constituição, apresentada pelo PSD de Passos Coelho, independentemente do tempo da sua discussão parlamentar é uma questão política que não pode ser ignorada.
Outra é a eleição presidencial e a campanha da candidatura de Manuel Alegre que é sem dúvida de enorme importância para aqueles que como nós, defendem o Modelo Social Europeu.
Aqui não pode haver hesitações, é preciso derrotar Cavaco Silva e modelo neoliberal que ele encarna e representa.
Levar Manuel Alegre à segunda volta, para ganhar, é um enorme passo na nossa luta por uma alternativa à esquerda sem equívocos nem ambiguidades.
Caberá aos cidadãos e especialmente aos que vivem do trabalho enfrentar esta batalha política e ao mesmo tempo assumir uma posição de resistência e luta contra esta politica de austeridade, roubo nos salários e ataque aos direitos sociais, conduzida pelo governo PS.
Mesmo com uma correlação de forças que sabemos ser ainda adversa, este é o tempo de ir à luta e forçar a mudança.
A primeira grande oportunidade para o fazer é já no próximo dia 29 de Setembro, Dia Europeu de Luta, convocado pela CES (Confederação Europeia de Sindicatos) e participar em força nas acções de rua em Lisboa e Porto marcadas pela CGTP, acumulando forças e demonstrando claramente a disposição e vontade de avançar para uma Greve Geral em Portugal que contribua também para a realização a prazo duma Greve Coordenada a nível Europeu.
Artigo de Francisco Alves, dirigente sindical
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