Nas últimas semanas voltou a ser motivo de contestação e indignação mais uma tentativa de controlo da internet, foi negociado mais um tratado o ACTA - Acordo Comercial Anti-contrafacção. O Acta e um acordo celebrado entre 39 países tem o intuito de combater a pirataria e proteger os autores e as leis de copyright; este tratado autorizaria a criação de uma espécie de organização obscura de interesses privados que poderia controlar online tudo o que fazemos e ter plenos poderes para nos sancionar. Já muito se tem tentado nesta área e ao longo dos últimos anos a luta tem-se intensificado, tudo sempre em nome da anti-pirataria.

Na Suécia e em alguns países da Europa alguns activistas saíram a rua, a Anónimos também já tornou pública a sua opinião, são contra todo o tipo de actos que ponham em causa a internet como a conhecemos. Já esta na rua uma petição que já conta com 2 milhões de assinaturas electrónicas, com o objectivo de serem entregues em Bruxelas aquando da discussão da ratificação ou não por parte da união.

A internet não foi inventada nem criada como se costuma dizer, embora o modelo tenha sido criado por um engenheiro inglês em 1990, esta resulta da sucessiva ligação de computadores entre si, este fenómeno faz com que a internet seja de todos e não seja de Ninguém porque se todos nós desligarmos os nossos modems ela deixa de existir. Certo é que se tornou num veículo de comunicação extraordinário, prova disso é a primavera árabe que teve início na internet e o site wikileaks que pôs a nu uma série de informações confidenciais norte-americanas. Este factos tem feito “confusão” a grandes potências mundiais, como os Estados Unidos, que tentam a todo o custo controlar esse veículo de informação. Por outro lado temos os lobbies das produtoras que querem impedir a livre circulação de ficheiros na internet, e com isso conseguirem manter os lucros milionários da indústria.

A mim parece-me que esta proposta de tratado - ACTA - e bastante óbvia, ela visa cortar definitivamente a liberdade online e privatizar a comunicação; ela põe em causa a liberdade de cada um, pelo interesse de meia dúzia!

Ricardo Nunes