ZECA – 25 ANOS DEPOIS, CONTINUA A SER O ROSTO DA UTOPIA |
Quarta, 22 Fevereiro 2012 | |||
No dia 23 de Fevereiro de 1987, José Afonso não resistiu à doença que há vários anos o atormentava e que também o impedia de cantar e partiu, com apenas 57 anos de idade. Deixou-nos uma vasta obra que o torna impar na música portuguesa - pelo novo sentido que introduziu no fado de Coimbra, pela recuperação da nossa música tradicional, pelos poemas que escreveu, pelos poetas que cantou ( de Luis de Camões a Fernando Pessoa)e pelas melodias que criou. Mas é também a PESSOA, de enorme sensibilidade criativa e com profundo sentido humano e crítico que perpetua o nome de Zeca Afonso e atribui a intemporalidade às suas canções. A ditadura fascista procurou abalá-lo, sem sucesso. Prendeu-o várias vezes e impediu-o de exercer a sua profissão de professor. Nos anos que se seguiram à Revolução e até à sua morte, Zeca não parou de compor, de escrever e de estar sempre atento à vida dos mais pobres e oprimidos, continuando a exaltar as lutas em temas como os “Índios da meia praia” ou “Alípio de Freitas”, entre outros. Naturalmente, todos sentimos muitas saudades do Zeca... da sua voz, das suas músicas, da sua generosidade, da sua modéstia e das suas histórias. Do seu exemplo cívico. Vinte e cinco anos depois, poderemos dizer que honrar a memória do Zeca é juntarmos forças para defendermos a nossa identidade cultural, a nossa língua e a nossa música. É também podermos continuar a cantar as canções que denunciem a destruição que o nosso povo e o nosso país estão a sofrer com este governo da troika. É, acima de tudo, podermos dizer ao Zeca que o seu exemplo continua a inspirar-nos, em particular às gerações mais jovens e que, apesar das ameaças que pairam no nosso país, todos juntos temos forças capazes de defender o Portugal que ele ajudou a dar nova vida e luz na Revolução de Abril. Vitor Sarmento
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