O famoso linguísta norte-americano Noam Chomsky acusa o filósofo esloveno Slavoj Žižek de ser o "exemplo extremo" de um teórico vazio e de não ligar nada "ao que ele diz". Quanto a Jacques Lacan, diz que pensava que ele "era um completo charlatão".

Noam Chomsky, o pai da linguística moderna, não tem muito respeito por Slavoj Žižek, o mau rapaz dos filósofos pós modernistas, nem poupa nas palavras para expressar o seu desdém por ele. Num excerto de uma entrevista a Veterans Unplugged, quando perguntaram a Chomsky o que pensava de Žižek, Jacques Lacan e Jacques Derrida, ele deu a sua opinião de forma bastante crítica:

"Aquilo que você refere é o que é "teoria". E quando eu disse que não estava interessado em teoria, o que eu queria dizer é que não estou interessado naquela postura de usar termos extravagantes como polissílabos e fingir que se tem uma teoria quando não se tem teoria nenhuma. Portanto, não há teoria em nada dessas coisas,  não no sentido de teoria com que estamos familiarizados nas ciências ou em qualquer outro campo sério. Tente encontrar em toda a obra que mencionou alguns princípios de onde possa deduzir conclusões, proposições empiricamente testáveis que vão além do nível de algo que possa explicar em cinco minutos a alguém com doze anos. Veja se consegue encontrar isso quando as palavras extravagantes forem descodificadas. Não consegue. Portanto, eu não estou interessado nesse tipo de postura. Žižek é um exemplo extremo disso. Não ligo a nada disso que ele diz. Quanto a Jacques Lacan, conheci de facto. Até gostei dele. Encontrávamo-nos de vez em quando. Mas muito francamente, eu pensava que ele era um completo charlatão. Ele posicionava-se para as câmaras da televisão como muitos intelectuais de Paris. Por que é que isto tem influência, não faço a mínima ideia. Não vejo nada aí que possa ser influente".

* Legenda da fotografia: Noam Chomsky e Slavoj Žižek