O doloroso caminho de Passos Coelho |
Segunda, 24 Fevereiro 2014 | |||
Durante o seu longo discurso de encerramento do XXXV congresso do PSD Passos Coelho afirmou que o "caminho que o País tem pela frente não será mais fácil nem menos exigente que o percorrido até aqui". Isto apenas pode significar que ida a troika embora os cortes são para continuar, o desmantelamento do estado social é plano para cumprir.
Artigo de Diogo Barbosa Deu ao longo de todo o seu discurso a ideia de que o PSD e o governo estão empenhados na sustentabilidade da segurança social, a universalidade do SNS e na manutenção da escola pública. Ora é precisamente isso que Passos Coelho sabe que as pessoas querem ouvir, brilhante jogada de marketing e um passo de dança que poderia deixar qualquer um estonteado. Olhemos agora com verdade para todas estas promessas. A sustentabilidade da segurança social faz-se com o contributo de cada um nos seus descontos ou faz-se, como faz o governo, com o corte de pensões, a alteração das regras para atribuição do subsídio de desemprego e o ataque ao trabalho? Este governo não quer a sustentabilidade da segurança social, que imiscuir-se das suas funções e deixar cada um por si. O governo vangloria-se com os dados da descida do desemprego. Quantas pessoas saíram das estatísticas por serem desempregados de longa duração? Quantas nem sequer entram porque não cumprem com o número mínimo de meses de trabalho para poderem aceder a esse subsídio? É mentiroso este governo e foi uma grande mentira todo o espetáculo que pode ter por nome XXXV Congresso do PSD. Até Marcelo Rebelo de Sousa veio dar uma perninha para apimentar o circo. O SNS só é universal para quem tem dinheiro, todas as outras pessoas são excluídas porque são pobres, 20€ de taxa moderadora não é um SNS universal e muito menos gratuito. Vem Paulo Macedo afirmar que vão menos pessoas às urgências e que as listas de espera vão diminuindo, isso é fácil de acontecer quando as pessoas deixam de ir ao hospital e veem a sua saúde cada vez mais frágil por não terem dinheiro para aceder a um simples serviço que foi construído por todos e deve ser utilizado por todos, mais uma mentira dada pelo nosso governo. Continuando a linda peça que teve lugar no Coliseu dos Recreios, Passos fala da escola pública, ora aí está mais um episódio que lembra uma tragédia grega, a escola pública é um mito, quase sebastianista. Os estudantes que acabam o secundário já nem pensam em ir para o ensino superior, os que já lá estão tremem que nem varas verdes para se conseguirem aguentar, tudo isto porque a escola pública está de vento em poupa rumo ao abismo. O caminho doloroso que Passos Coelho traça para o país, é um caminho de destruição, de retirar direito e de empobrecer as pessoas a cada dia que abre a boca para anunciar mais medidas que são sempre ou em prol dos empresários ou dos mercados, nunca para as pessoas que todos os dias trabalham para a economia de um país à beira mar desolado. É necessário e agora cada vez mais correr com este governo, expulsar quem mal nos governa e por as pessoas a decidir o seu futuro sem peças de teatro que apenas matam a pouco e pouco cerca de 10 milhões de pessoas.
|
A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
Karl Marx