Dia 5 de Junho, o medo da direita não pode dar a vitória a Sócrates porque ele sozinho ou com Passos Coelho e Paulo Portas será o executor do FMI em Portugal. Dia 5 de Junho é dia de dizer basta de austeridade!

Artigo de Ana Cansado

Nas últimas semanas temos ouvido repetidamente que são precisas políticas de austeridade e abdicar de direitos em nome da salvação do país. Mas a verdade é que três dos candidatos não apresentam um programa próprio nem esperaram pelo voto dos portugueses para comprometer o país com as instituições internacionais.

PS, PSD e CDS mostraram a sua falta de sentido de Estado e a falta de valor próprio ao assinarem o acordo com a troika. A sua submissão ao FMI é a marca do desrespeito pela democracia, pela vontade das pessoas e a dependência de interesses económicos que levam os portugueses à bancarrota.

Nós, portugueses, somos vítimas de décadas de desgovernos do PS, PSD e CDS e das suas famílias políticas europeias. Mas está na altura de mudar de futuro e dizer basta a estes partidos. É preciso votar na esquerda e dar poder a quem pode de facto mudar as coisas, com justiça, transparência e responsabilidade. Nenhum governo de direita pode salvar o país. Apenas a adesão da maioria dos portugueses a um programa que valorize as pessoas e defenda Portugal pode evitar a bancarrota.

O Bloco de Esquerda tem vindo a apresentar propostas que concretizam um programa de governo de esquerda que não serve à troika nem ao FMI porque não foi feito para dar lucro a estas instituições mas sim para criar emprego, desenvolver a economia através da indústria, da agricultura e do comércio sem sacrificar a saúde, a educação nem a cultura, garantido também o pagamento da dívida sem ceder à chantagem dos agiotas.

Reconhecer que Portugal tem problemas para justificar a sujeição aos interesses económicos estrangeiros e a manutenção do apoio à banca privada nacional não resolve nenhum problemas. PS, PSD e CDS falam, falam, falam mas a verdade é todos assinaram um contrato que vende Portugal às tranches e hipoteca o futuro de todos nós.

Mas há alternativas reais e possíveis. Por exemplo a reforma da tributação da propriedade que o Bloco de Esquerda propõe nomeadamente a criação de um imposto único sobre património mobiliário acima de cem mil euros permitirá ao Estado arrecadar 600 milhões de euros com os quais é possível investir em programas específicos para a criação de apoio à terceira idade, de reconversão energética e de reabilitação urbana que levam à criação de 100 mil postos de trabalho ao mesmo tempo que garante a manutenção da dignidade dos mais velhos, permite a redução da dependência de importação energética e dá mais qualidade à habitação e à vida dos portugueses.

Salvar Portugal não é seguir para o abismo cegos pela retórica da troika. A Grécia e a Irlanda são exemplos tristes da cedência ao FMI. Salvar Portugal é ter coragem de lutar por projectos com futuro. As propostas do Bloco mostram como é possível escolher um programa que mude o futuro e promova o desenvolvimento e o emprego contra a austeridade e os privilégios. Mais, o projecto de governo do Bloco de Esquerda exige a auditoria da dívida. Precisamos de saber o que devemos e porquê. São necessários rigor face às contas e transparência face à sociedade. Devemos questionar dívidas pouco claras e não podemos pagar juros agiotas.

No próximo domingo, dia 5 de Junho, somos todos chamados a votar para eleger um novo parlamento e um novo governo para Portugal. Mais que nunca todos e todas somos precisos e ir votar é essencial se queremos mudar o futuro. Votar no Bloco de Esquerda será votar num futuro melhor. Dia 5 de Junho, o medo da direita não pode dar a vitória a Sócrates porque ele sozinho ou com Passos Coelho e Paulo Portas será o executor do FMI em Portugal. Dia 5 de Junho, é dia de dizer basta de austeridade! Portugal é melhor que isto, os sacrifícios dos portugueses merecem mais respeito e outro caminho é possível e necessário. Dia 5 de Junho, vamos todos e todas votar Bloco de Esquerda!

Ana Cansado