No futuro... zero dias, corte colossal |
Terça, 02 Agosto 2011 | |||
Ao cabo de pouco mais de um mês de estar em funções este Governo quer desde já asfixiar os trabalhadores e os cidadãos através da retirada de direitos laborais (indemnizações nos despedimentos), aumento de impostos (corte no subsídio de natal) acompanhado duma subida brutal dos preços dos transportes públicos. É preciso lembrar ainda os recentes aumentos na factura do gás, as subidas sistemáticas dos combustíveis e das taxas de juro à habitação. Estas são algumas das medidas do tratamento de choque que a Troika impôs e que o Governo PSD-CDS quer aplicar a um ritmo colossal e com um forte cunho de classe, em defesa das elites financeiras, pois ao mesmo tempo que castiga os mais fracos, prepara-se para dar “conforto” aos bancos no valor de 12 mil milhões de euros. A Assembleia da República no passado dia 28 de Julho, debateu na generalidade alterações à legislação laboral (Proposta de Lei n.º 2/XII/1º), com vista a reduzir de forma drástica os valores que os trabalhadores terão direito a receber aquando do terminus dos seus contratos de trabalho. Não se pode deixar passar em claro que em matéria de direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores que o art.º 56.º, n.º 2 al. a), da Constituição da República e o artigo 470.º do Código do Trabalho foram contornados e violados pela Presidente da Assembleia da República que ao dispensar os 20 dias mínimos de prévia apreciação pública da referida proposta, abriu um precedente em desfavor dos trabalhadores. É bom que se saiba ao que esta gente vem para estarmos disponíveis e preparados para dar resposta à altura. E para já o que querem passa por: - Reduzir os actuais 30 dias de retribuição base mais diuturnidades por cada ano de antiguidade para, apenas, 20 dias, sendo 10 dias suportados pelos patrões e outros 10 dias por um fundo de compensação ainda a criar. Em termos práticos isto significa que: - A maioria dos trabalhadores irá sofrer um corte de 33% na compensação por despedimento. Não nos podemos deixar iludir com a “conversa fiada” do Governo que procura cavar um fosso geracional entre “velhos e novos” com o objectivo de travar as lutas sociais e laborais, que mais cedo que tarde, vamos ter de preparar e trazer para as ruas. Convém termos presente que esta é uma revisão parcial, tal qual um balão de ensaio, para no futuro próximo serem apresentadas outras ainda mais gravosas para todos os trabalhadores, passando por várias reduções graduais visando atingir a meta final dos zero dias de indemnização por ano de antiguidade. Os ataques do capital aos nossos direitos e interesses vai ser enorme e a vários níveis. A nossa resposta não pode deixar de ter uma dimensão e envolvência colectiva ainda maior. Sejamos nós capazes. Francisco Alves, dirigente sindical
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação" | ISSUU | PDF | Revistas anteriores
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