E os “sacrifícios” são para todos…. |
Terça, 02 Agosto 2011 | |||
“Os sacrifícios atingem todos por igual”….Constitui um embuste colossal de quem nos está a impor a inevitabilidade dos sacrifícios em tempo de crise e da sua distribuição por todos, ficou uma vez mais bem patente na passada 5ª feira com a divulgação do 'ranking' pela revista Exame que analisou o conjunto das 25 maiores fortunas de Portugal, concluindo que os ricos estão mais ricos 17,8 % face a 2010, valor influenciado pela valorização das participações de Américo Amorim e pela subida em bolsa da Jerónimo Martins. Entretanto, os Bancos continuam a pagar cada vez menos IRC, em 2010 pagaram menos 63% face aos 328 milhões pagos em 2009. Mas, as desigualdades em Portugal são já superiores à média comunitária. Segundo o Eurostat, em 2009, os 20% da população portuguesa com rendimentos mais elevados recebiam 6 vezes mais rendimento do que os 20% da população com rendimentos mais baixos, enquanto a média na União Europeia era de 4,9 vezes. Por outro lado, segundo o INE, também em 2009, os 10% da população com rendimentos mais elevados recebiam 9,2 vezes mais rendimento do que os 10% da população com rendimentos mais baixos. E 17,9% da população, ou seja, cerca de 1,9 milhões de portugueses viviam com rendimentos abaixo do limiar da pobreza. Isto depois das transferências sociais, pois se essas transferências forem eliminadas ou reduzidas, como este governo pretende, a taxa de risco de pobreza sobe para 43,4%. Situação que se agravará, nomeadamente, com o aumento do desemprego, diminuição dos salários e pensões e o corte no 13.º mês, verificando-se que este imposto extraordinário de IRS é extremamente injusto e desigual pois não incide sobre todos os rendimentos. Os juros não estão sujeitos a este imposto. E em 2010, os bancos pagaram 12.600 milhões € de juros e, em 2011, pagarão certamente mais. Os dividendos distribuídos também não são abrangidos. Em 2010, foram distribuídos 7.300 milhões € de dividendos. Também este imposto não incide sobre as empresas, por isso os lucros estão isentos deste imposto, mesmo o das grandes empresas. Igualmente, a maioria das mais-valias estão isentas pois cerca de 70% são recebidas por não residentes e por pessoas colectivas e todas elas estão isentas. Por último, é uma sobretaxa que vai ser paga quase exclusivamente por trabalhadores e pensionistas, onde o governo prevê arrecadar 840 milhões €, tendo 75% como origem os salários e 25% as pensões. Para quem nos quer impor a ideologia de que os “sacrifícios” são para todos, torna-se evidente que este imposto deixará os ricos ainda mais ricos, espalhando cada vez mais a pobreza entre os pobres. O direito à indignação, é um direito que tem de ser colocado no terreno da resistência e luta contra as políticas desiguais socialmente deste governo da direita conservadora. José Casimiro
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A Comuna 33 e 34
A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil" | Editorial | ISSUU | PDF
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