“Retórica” de esquerda só quando na oposição Versão para impressão
Quinta, 22 Setembro 2011

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Aos socialistas o seu líder António José Seguro pediu tempo para colocar em prática o seu projecto com que quer vencer as eleições legislativas de 2015, porque, como afirmou, “a politica séria e de conteúdo precisa de tempo”. Ora tempo foi o que não faltou ao PS sob a direcção de José Sócrates como primeiro-ministro, e sobre esse tempo, não pode pedir aos portugueses que se esqueçam da governação que privilegiou a finança e criou um ciclo de regressão social e de endividamento com o agravamento da crise da dívida soberana e consequentemente a intervenção do fundo europeu e do FMI (troika). Sobre este tempo, Seguro não diz se a politica seguida por Sócrates, foi menos séria, limita-se a tentar passar uma esponja pelo longo período da governação em que se limitou a um cúmplice silêncio, quando o povo português sofria e precisava de muitas vozes críticas e de esquerda perante a política de direita e recessiva promovida pelo seu partido, que fez disparar o número de desempregados e assumiu um doloroso ataque social e económico às famílias e aos trabalhadores.

Agora, perante um governo de direita ultraliberal, que de forma ainda mais violenta irrompe arrogantemente pela porta escancarada pela anterior governação, com medidas e aumentos intolerantes a exemplo do IVA que estão para alem das exigências da troika no memorando subscrito pelo PS, PSD e CDS. Seguro, na oposição, tenta demarcar-se da política de Passos Coelho, nomeadamente, afirmando a intenção de zelar pelas conquistas das funções do Estado social ou a necessidade de manter o equilíbrio das relações laborais. Preocupações sociais justamente valorizadas por Mário Soares ou Manuel Alegre e todos quantos foram fiéis à governação de Sócrates, que a experiencia tem demonstrado tratar-se de “retórica” de esquerda só quando o PS está na oposição, já que quando no governo, tudo são rosas com espinhos que só não incomodam os poderosos.

No entanto o esforço do novo líder socialista sobre o posicionamento ideológico do partido, mesmo só para a sua mera gestão na oposição, não tem grande espaço de manobra, tais são os compromissos com o capital herdados da governação socialista que dificilmente são questionados internamente, ou o facto de estar amarrado ao acordo da troika, que como reconhece Almeida Santos, ainda que para recomendar uma oposição de colaboração, “não tem nada de esquerda”.

José Lopes (Ovar)

 

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