Estou a ser roubado, mas sei quem é o ladrão! Versão para impressão
Sexta, 28 Outubro 2011

 

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“Estou a ser roubado, mas sei quem é o ladrão” era o grito de luta que alguém ostentava no passado 15 de Outubro e que ganhou nova vida com a apresentação do Orçamento de Estado para 2012.

Todos nós sentimos que estamos a ser roubados, mas o “ladrão” diz-nos todos os dias que é para nosso bem, temos de ajudar o país.

Mas o que é o país, senão as pessoas que cá vivem?

Para o trio PSD-CDS-PS este é o país do 1% dos exploradores, que lucram milhões diariamente, através da especulação, dos offshores, da fuga fiscal. Mas estão enganados, este é o país dos 99% de explorados, que vêm os seus salários atacados e os seus direitos laborais diminuídos. Este é o país dos reformados, que recebem pensões de miséria, mas que são diariamente acusados de viver acima das suas possibilidades. Este é o país daqueles que vêm os seus serviços públicos serem cortados e privatizados, dos que assistem ao desaparecimento da escola pública e da saúde pública.

Desengane-se quem acredita que estas medidas são meramente de resposta à crise.

Como resposta à crise, já sabemos, são medidas falhadas, basta olharmos para o exemplo grego para perceber que, por muita austeridade que nos atirem, por muitos impostos que nos façam pagar, a economia continuará estagnada, os prazos de pagamento da dívida jamais serão cumpridos e o desemprego continuará a aumentar.

Não é preciso um génio para se perceber que não se pode pagar esta crise carregando nos trabalhadores, nos reformados, cortando nos serviços públicos ou privatizando.

Este OE não é meramente uma resposta à crise, mas sim um ataque despudorado aos direitos laborais e sociais. Aumenta-se a jornada diária de trabalho em meia hora, sem que o trabalhador seja pago, transferindo  a totalidade do valor do seu trabalho para o capital, criam-se impostos sobre o salário, retira-se o 13º e o 14º mês, baixa-se o valor do horário de trabalho extraordinário, por outras palavras, pede-se aos trabalhadores que abdiquem, pouco a pouco, dos seus direitos laborais.

Com este OE vamos assistir a um retrocesso de mais de uma centena de anos na luta travada pelo trabalho com direitos, por um estado social, por um país mais justo e mais democrático. Precisamos, por isso, de nos unir e sair à rua, seja num novo 15 de Outubro ou na Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro, e mostrar que sabemos quem é o “ladrão” e não continuaremos a consentir.

Porque os ideais de Abril continuam vivos, é preciso lutar e resistir!

Virgínia Matos

 

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