Frustração e revolta são talvez as sensações mais vividas nos últimos tempos. A grande coligação de direita que nos (des)governa rompeu com qualquer noção de ética, com um mega pacote daquilo a que já não podemos chamar de austeridade, ou crise ou outra coisa qualquer… Isto é um verdadeiro assalto à democracia, às pessoas.

São milhares os estudantes que este ano foram obrigados a desistir da faculdade, muitos deles nem chegaram a ser considerados alunos do ensino superior, já que nem se candidataram. A acção social continua ineficaz e cada vez mais os estudantes esperam e desesperam pela atribuição das bolsas de estudo. O direito à educação é um direito básico, mas não neste país onde o neo-liberalismo assombra cada pedaço de vida. Deixamos de viver, e sobreviver já parece difícil, para todos aqueles que não conhecem perspectivas do presente, quanto mais do futuro…

E neste contexto nem os estudantes do ensino secundário estão indiferentes, também nós estamos a ser alvo de toda esta calamidade social. O corte na acção social, nos abonos de família, os preços exacerbados dos manuais escolares, a educação segundo os modelos de Crato, a constante opressão e a ameaça de não podermos continuar a estudar no ensino superior, são apenas alguns exemplos da frustração e revolta vivida por nós que frequentamos o ensino secundário.

Chegou a hora de exigirmos como nunca antes exigimos! Queremos o nosso estado de direito de volta, queremos tudo aquilo que demorou séculos a conquistar, queremos direitos porque também temos deveres, queremos ser livres e romper com esta ditadura económica, queremos ter presente e futuro, queremos ser pessoas!

Porque o problema já não é de um sector, de uma faixa etária ou de uma etnia, o problema é de todos nós, dos 99% que todos os dias contam os cêntimos para poder ter comida à mesa.

E por isso também nós daremos o nosso contributo na greve geral que aí se avizinha!

Dia 24 nós que ainda temos a possibilidade de estudar vamos encerrar as nossas escolas, fazer das ruas as nossas salas de aula, vamos chamar colegas, professores e funcionários, vamos lutar pelo nosso futuro, mas acima de tudo pelo nosso presente!

Já estudamos o Maio de 1968, agora queremos viver o nosso Novembro de 2011!

André Moreira