Ventos de esperança Versão para impressão
Terça, 24 Janeiro 2012

trade-globalization1A burguesia mudou o seu discurso. A promessa de um mundo em que tudo era possível, em que o mérito e o arrojo seriam o bastante para o sucesso, ruiu recentemente.O empreendedorismo já não é a panaceia para todos os males, nem um mundo de oportunidades está ao virar da esquina.

Artigo de Pedro Filipe Soares

 Afinal de contas, o futuro não está nas tuas mãos, pelo menos a burguesia assim o diz. Essa é a nova mensagem que assim mata a esperança: emigrem, cá não há lugar para todos.

Os dados não o enganavam. O Governo prevê um aumento brutal do desemprego, mesmo nas previsões mais optimistas. Em 2015 estaremos com uma taxa de desemprego ao nível de 2011. E isto, claro, se a presciência do governo não sair gorada, senão será ainda pior. Por isso se percebe que não há promessa para um futuro melhor, nem sequer para um futuro menos mau. Empobrecer, é esta a receita que nos querem impor. Mas este é também o calcanhar de Aquiles da burguesia na actualidade: quem não pode prometer um futuro, não garante o presente. E esta grande mudança ideológica tem de ser aproveitada à esquerda.
É verdade que as crises são, muitas vezes, o espaço para o crescimento da direita – particularmente da mais populista – mas, também, podem significar o reforço à esquerda. Essa é a nossa luta. Hoje, a esperança está do nosso lado e o futuro, aquele que existe para lá das inevitabilidades que nos querem impor, também. O que tem hoje a ideologia dominante para oferecer? Aos pais, diz que os seus filhos vão viver pior do que eles viveram; aos filhos, diz que estão a mais e não há lugar para todos nos dias que aí vêm. Em pleno século XXI, quando produzimos muito mais do que fazíamos há décadas atrás, dizem-nos que não temos o suficiente para mantermos os nossos direitos, nem as conquistas de décadas. Atiram-nos com a mentira, mas não nos deixamos enganar: se produzimos mais e nos querem a viver com menos, é apenas para aumentar a exploração. Não nos resignaremos.
A burguesia quer-nos retirar o futuro, empurrando-nos para o passado. Esquecem-se que o futuro é (e sempre foi) construído pelas vidas de quem trabalha e é nas suas mãos que ele será determinado. O futuro está mesmo nas nossas mãos e não se confina às promessas de austeridade e de empobrecimento. Temos de espalhar ventos de esperança mostrando que, à esquerda, um outro futuro é alcançável. Onde à crise se sucederá mais justiça e equidade e os sacrifícios darão lugar à solidariedade. Vamos à luta!

 

A Comuna 33 e 34

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