Não há consensos quando se fala de tourada. E é natural que assim seja. Temos uma sociedade que vem avançando no sentido da condenação do sofrimento dos animais e temos também uma cultura tauromáquica popular associada a sentimentos de solidariedade e coragem. Negar este conflito é não ver a realidade.

Artigo de Catarina Martins

Os 2 projetos de lei que Bloco de Esquerda entregou constroem esse percurso: a proibição dos apoios públicos à tourada e da sua transmissão na RTP. Porque o Estado não pode de nenhuma forma apoiar o espetáculo da violência. Em 2009 foram 1 milhão de euros, entre fundos europeus e apoios autárquicos. Sejamos claros; não é com a desculpa da crise que avançamos com os projetos. É por uma escolha; uma escolha clara de um futuro em que as touradas não têm lugar.

Tem sido esse o nosso caminho; da oposição aos touros de morte à denúncia dos biotérios, passando pela proibição dos animais selvagens nos circos. Foi esse caminho que reafirmámos na última convenção, com a aprovação da uma moção contra o apoio público às touradas. Assumimos sempre a defesa dos animais, contra a violência e a exploração gratuitas. E quando o fazemos trilhamos um caminho duplo: o do equilíbrio ambiental e o da exigência ética de oposição à violência sobre os mais fracos.