Parque Escolar: um recreio político Versão para impressão
Terça, 10 Abril 2012

 

construcao

As auditorias do Tribunal de Contas (TC) e da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), foram tornadas públicas recentemente, e rapidamente tornaram-se objecto de discussão politica. Os conhecidos relatórios levantam algumas suspeitas em relação a possíveis favorecimentos em ajustes directos e constatam a clara derrapagem financeira  do plano do executivo de Sócrates.

Os dados, são quase tão alarmantes, como a realidade desta mega requalificação da rede escolar, que não passou de uma medida eleitoralista, de cariz oportunista que pôs em risco vários valores e princípios da escola pública, detectou-se um aumento superior ao triplo do orçamento inicial (940 milhões de euros), e verificou-se uma estrondosa falha nos objectivos previstos, apenas 205 escolas foram reabilitadas, em vez das 332 previstas.

Que a Parque Escolar não foi fundada na defesa da Escola Pública já todos nós sabíamos, que esta empresa de capitais públicos não primava pela transparência também não era novidade, mas no meio de toda esta descredibilização de quem faz politica pelo PS o curioso é reparar na posição estratégica da bancada do PSD que na anterior legislatura nada fez para contestar esta empresa e hoje ergue a bandeira de quem defende a escola pública, de quem desmascara todos os buracos do governo de Sócrates, que só interessam no preciso momento em que a câmara está devidamente apontada.
Neste jogo do rato e do gato, onde o Secretário-Geral do PS tenta fugir à questão e lidar com alguns militantes mais seguros da acção de Sócrates, o PSD opta por recolher o máximo de dividendos políticos. Entretanto aguardam-se as audições parlamentares dos ex-ministros do antigo executivo, enquanto PSD e CDS ponderam a abertura de uma comissão de inquérito.

Por cá, quem defende o ensino público defende política educativa à altura da realidade e é por isso que continuaremos à espera, não só da verdade relativamente à Parque Escolar, mas também, do investimento na acção social, de uma nova reforma curricular, da alteração do modelo de gestão escolar, e da democratização do ensino.

Nós, os do costume, activistas estudantis no terreno, continuaremos aqui na luta por este direito que é a educação, contra a austeridade, que cada vez mais tem afastado os alunos da escola, e contra a precariedade que os prende a um mercado de trabalho sem escrúpulos onde a justiça escassa.
A Parque Escolar foi apenas a ilusão de um dia de sol, a verdade é que continua a chover cá dentro.

André Moreira

 

A Comuna 33 e 34

A Comuna 34 capa

A Comuna 34 (II semestre 2015) "Luta social e crise política no Brasil"EditorialISSUUPDF

 capa A Comuna 33 Feminismo em Acao

A Comuna 33 (I semestre 2015) "Feminismo em Ação"ISSUU | PDF | Revistas anteriores

 

Karl Marx

 

 
 

Pesquisa


Newsletter A Comuna