As formigas trabalham para as cigarras Versão para impressão
Quinta, 04 Outubro 2012

 

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Em Miguel Macedo há a alusão de que em Portugal há mais cigarras que formigas e que as poucas formigas trabalham para as cigarras. Num ponto tenho de concordar com o ministro, as formigas trabalham efectivamente para as cigarras, o que não dá para concordar é sobre quem são as formigas e as cigarras.
Vendo isto de forma pragmática desde que o senhor Miguel Macedo tomou posse como ministro, e isto visto de forma geral, aumentaram as propinas, aumentaram as taxas moderadoras, foram retirados os subsidios de férias e natal. O código de trabalho levou com este governo o maior assalto de sempre com o golpe austeritário e agora os trabalhadores vão ver-se a pagar mais impostos enquanto que às empresas se adivinha uma redução. 

No geral, e o que é facilmente verificado, é que as declarações de Miguel Macedo são veridicas e com uma base de fundamento: as formigas são quem trabalha para as cigarras, mas as formigas são os trabalhadores que a cada dia que passa vêem o seu salário directo reduzido efectivamente e o salário indirecto está a ser pouco e pouco destruido pelo governo do qual Miguel Macedo faz parte. Este sim, faz parte do grupo das cigarras que enquanto vão cantarolando as suas felizes cantigas, vão fazendo com que as formigas trabalhem cada vez mais para encherem os seus celeiros que podem ser facilmente os cofres da banca.

 

Outro grande grupo de cigarras são os bancos que com a crise da dívida aumentaram em cerca de cinco mil milhoes os seus lucros, tudo isto enquanto as formigas vão trabalhando não para se poderem sustentar mas para sustentarem as gorduras das empresas que o Estado vai gentilmente engordando cada vez mais enquanto vai tirando o pão da boca a quem trabalha.

Se por cigarras Miguel Macedo se refere ao mais de um milhão de desmpregados que não se esqueça que foi devido à polítiva do seu governo que grande parte destas pessoas - e são pessoas e não números - está sem trabalho, que dezenas de milhares de professores estão sem trabalho, que na construção civil todos os dias dezenas de pessoas ficam sem emprego, sem referir todos os outros sectores que diariamente são afectados pelas medidas de austeridade. Se Miguel Macedo pode dormir descansado à noite existem milhões que não o podem fazer devido às medidas do seu governo.

No 15 de setembro, um milhão de formigas, que são chamadas de cigarras , veio à rua reclamar pelo seu direito ao trabalhao e aos seus direitos que nunca depois da reinstauração do regime democrático foram tão atacados. Esse milhão não veio pedir mais que os seus direitos e aquilo que é legítimo, a demissão deste governo.

O povo não dorme e vai continuar na rua até os seus direitos serem repostos, Contra o goveno da troika, lutar, lutar!

 

 Diogo Barbosa

 

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