Após a falsa saída limpa da troika de Portugal, os planos de austeridade não só não acabaram como vieram para ficar os cortes permanentes e algumas novas medidas como o mais recente aumento de impostos anunciado por Maria Luís Albuquerque.
Artigo de Diogo Barbosa
Afirma com pompa e circunstância Pedro Passos Coelho a saída da troika sem programa cautelar. Ora o que acontece na realidade é que ao invés de Portugal ser sujeito a quatro avaliações por ano por parte do FMI, BCE e Comissão Europeia, passa a estar sujeito a duas avaliações por ano até 2038. Isto não é nem na cabeça do Primeiro-ministro, que não é nem hábil a mentir, nem pode ser na cabeça de ninguém uma saída por parte da troika. A poucos dias das eleições europeias, que vão decidir os caminhos dos povos europeus para os próximos cinco anos, é necessário desmitificar tanto o bom professor como o bom aluno. À custa das políticas europeias aliadas a um fanatismo quase religioso por parte do governo português atingimos mais de um milhão de desempregados, o nível médio dos salários baixou, a precariedade aumentou, as pensões estão a ser dizimadas, a educação está cada vez mais cara e com menos qualidade. Isto para não referir o aumento dos impostos, da TSU dos trabalhadores e tantas outras coisas que este governo em conjunto com o FMI e a União Europeia estão a fazer ao país e às pessoas que cá estão. O bom aluno é apenas um embuste para o empobrecimento do país através da União Europeia que investe em programas de austeridade. O bom aluno optou por transformar a austeridade em mais austeridade e o empobrecimento em mais empobrecimento à medida que os professores o vão incitando e encorajando a fazer do país um laboratório social da Europa para perceber se resulta ou não a nova forma de escravização dos povos europeus, subjugando a Europa do Sul á Europa do Norte. No próprio dia das eleições europeias os altos representantes dos organismos que têm destruído Portugal estarão reunidos numa conferência em Portugal para discutir o que fazer com o país, uma acção de campanha no próprio dia das eleições por parte de quem nos tem asfixiado. Isto é apenas mais um sinal de que a troika, e como diz o governo, os nossos credores, não se vão embora. E vão exercer a sua política de controlo sobre Portugal e sobre todas as pessoas que todos os dias sofrem com as medidas de empobrecimento protagonizadas e exigidas pela troika com o claro apoio e fanatismo do governo PSD/CDS, sempre com um mãozinha do PS quando é necessário... Não vá António José Seguro perder o caminho da austeridade se por ventura chegar a Primeiro-ministro de Portugal. Está na hora de toda a Europa, os seus povos, se unir e lançar um grito contra toda esta austeridade e contra todo este empobrecimento. Estamos a chegar a uma nova era de escravatura na Europa trazida pela precariedade, pela promessa do self made man europeu. É apenas uma resposta conjunta contra a ditadura da dívida e da austeridade que os povos da Europa, unidos contra os seus governos e contra as entidades iluminadas que nos destroem as vidas todos os dias que podemos reerguer a Europa baseada numa nova premissa. A nova Europa construída com base na solidariedade entre os povos, sem os interesses da banca e com pleno emprego, uma educação igualitária, um sistema de pensões e uma saúde efectivamente para todos é que podemos reconstruir e refundar a Europa, sem fronteiras, mas com todos a trabalhar em conjunto e derrotando já a Europa da Austeridade para fundar a Europa dos Povos.
Diogo Barbosa
imagem: cartaz do Bloco de Esquerda (2007) sobre o Tratado de Lisboa
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